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11 anos atrásno
A oração convocada pelo Pr. Juscelino Soares, atual responsável pela Assembleia de Deus do bairro Olaria, em Timóteo, para a noite desta segunda-feira, entrou para a história como um fato inusitado, devido ao sucesso que obteve, no dia que foi e pelo tanto de necessitados que foram. Afinal era oração e em plena segunda-feira.
Centenas de fiéis de diversos bairros da cidade estiveram presentes, dentre eles inúmeros obreiros como do Ana Rita, Recanto Verde, Limoeiro, Cachoeira do Vale e São José. Outra presença marcante foi das congregações da regional do Olaria, com seus respectivos pastores.
Para se ter uma ideia do sucesso da iniciativa de Juscelino, várias cadeiras foram disponibilizadas próximo à mesa de apoio da dirigente, irmã “Aná”, as quais foram ocupadas pelas líderes dos círculos de oração das congregações que ali estavam presentes. A cena é típica de congressos e encontros da classe. Num dia de oração era quase impensável isso.
O teor histórico do acontecimento foi sublinhado pelo fato de que para esta oração não foi anunciado nenhum chamariz, quer seja pregador ou cantor que pudesse justificar a expressão do comparecimento verificado nesta segunda-feira. Nenhum “canela de fogo” prometeu estar presente e nem um “iluminado” espiritual teve presença prometida como isca.
A oração foi processada no estilo clássico, ou seja, todos de joelho sem as famosas pausas para louvor. Conduzida pela dirigente atual do círculo de oração do bairro Olaria, o culto da noite de ontem teve evidências de que foi uma direção de Deus dada ao Pr. Juscelino. A sua convocação foi uma ousadia, já que a crença corrente é no sentido de que pastor não tem mais moral para convocar membros para nada. Juscelino foi honrado e prometeu outra dessa para janeiro que vem.
Quem apostou que o ajuntamento seria um fiasco foi fragorosamente derrotado. Os clamores elevados a Deus pelos mais diversos tipos de necessidades e situações – uma praxe das orações dos círculos de oração – denunciaram o desejo ardente de muitos fiéis pelo retorno aos tempos em que orações coletivas mobilizavam uma gama de fiéis que compartilhavam sua dores e angustias, muitas delas escritas em pedaços de papel e entregues aos dirigentes, maioria destes começando com a frese “irmão dirigente a paz do Senhor”.
A mensagem coube à viúva de uma pastor que gostava deste tipo de movimento, Gentil de Moura. Maria Félix explorou a passagem bíblia da pesca onde, depois de frustrada tentativa Pedro teve a rede cheia. Felix dedicou parte de sua explanação aos obreiros. Ela exortou-os a não desistirem de suas “pescas” para não deixou de adverti-los no sentido de que, após suas redes cheias, dividam os peixes com seus companheiros. Neste instante alguns dos obreiros arregalaram os olhos tipo “esta mulher ta falando forte”.
O importante que nenhum figurão esteve ali exibindo teologia e arrotando status de líder. A direção era de mulheres simples e sábias que, nas segundas-feiras, lá estão buscando a Deus pelo ministério e outros seguimentos da igreja, todos igualmente no mesmo barco de incertezas de um tempo rico em dúvidas dos mais diversos matizes.
O clima foi de festa e muita alegria. Parece que ontem a igreja voltou 20 anos atrás, onde orar era o tribunal para solução de impasses e conflitos, contrastando com um presente onde os pedidos de oração para certas circunstâncias e casos têm sido substituídos por convocações assinadas por oficiais de justiça.
Segundo Pr. Juscelino Soares em janeiro tem mais. Tomara que o dia 25 de novembro nunca acabe e gere outros 25 de novembros.
Sou Silas Rodrigues, o Silas do Blog, fundador deste site, com quase 15 anos de existência. Gleiziane é minha esposa e repórter fotográfica.