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10 anos atrásno
Sepultado na tarde desta sexta-feira, em Timóteo, o corpo do irmão José Fernandes Filho, da Assembleia de Deus do bairro João XXIII.
José Fernandes é mais um dos pioneiros da Assembleia de Deus da cidade a deixar um vácuo na história da instituição. Sua contribuição para o crescimento deste seguimento em Timóteo foi decisivo para a expansão da Assembleia de Deus e sua consolidação como uma das maiores do município.
Outra participação histórica deste homem em Timóteo foi na área social. Ao lado de Alexandre Torquete, falecido em novembro do ano passado, José Fernandes foi um dos primeiros serralheiros da cidade, gerando vários empregos que serviram como sustentação para várias famílias e gerando outros profissionais do ramo. O sucesso de seu empreendimento popularizou a EMFER – Estruturas Metálicas Fernandes – e o tornou em uma referência do setor.
José Fernandes testemunhou o início da Assembleia de Deus no município onde morou a maior parte da sua vida. Ele foi um daqueles que não mediram esforços para engajarem na evangelização promovida pela igreja, na época dos cultos ao ar livre e outras iniciativas que faziam deste seguimento religioso uma das poucas opções para os que desejavam servir a Deus no município.
Além de um empresário bem sucedido, José Fernandes deixou sua marca como servo fiel e comprometido com Deus e seus princípios. Sua fidelidade se agigantava no silêncio que o caracterizava e fazia dele um homem respeitado na sociedade. Avesso a holofotes, não hesitava em se prontificar a colaborar com as iniciativas da igreja no que lhe era possível ser útil. Um dos caminhões de sua propriedade em muitas oportunidades serviu como palanque para eventos da Assembleia de Deus.
Com a abertura da congregação do bairro João XXIII, José Fernandes afastou-se da sede, em Olaria, e decidiu dar a mesma contribuição à nova igreja em seu bairro. Mais uma vez, José Fernandes se destacou como um colaborador da obra de Deus. Nas orações de madrugada, por exemplo, era um dos primeiros a chegar e, para tanto, não haviam condições físicas e climáticas que o impedissem de fazê-lo. Chovendo, fazendo frio ou calor, José Fernandes estava presente nas orações. Sua voz inconfundível o identificava e sublinhava sua assiduidade a este tipo de atividade de baixíssima adesão. Era um servo dedicado.
A espiritualidade deste sevo e homem de Deus não era moeda de troca para conquista de posições. Sem ocupar nenhum cargo no ministério, José Fernandes praticava sua fé no anonimato. Nas tardes e noites sempre conseguia um tempo para, em seu quarto, tocar uma acordeom e cantar hinos da Harpa Cristã. Ele era um evangelista por definição. Fazia de cada momento em sua vida uma oportunidade para estar falando de Jesus para alguém. Era alegre e improvisava frases que dimensionavam seu jeito simples e feliz de ser. Aos amigos e outros que se aproximavam de si sempre dirigia uma saudação típica: “Ôh nosso irmão!”. Essa frase ficou como uma das suas marcas e não era raro alguém trocar seu nome por um “ôh nosso irmão”!
Dedicado ao estudo da palavra de Deus, José Fernandes costumava fazer perguntas bíblicas para amigos, as quais nem sempre eram de resposta fácil. Sorrindo, ele dispunha da resposta na ponta da língua.
Sua morte coroa uma trajetória marcada por amizades. Bem humorado era incapaz de ofender um amigo. Conduzir as questões mesmo cruciais de sua vida com fé e sem fazer apartar um sorriso são descrições que servem para traçar um pouco do seu perfil.
Junto com a esposa Zilda Fernandes, constituiu um casal hospitaleiro, encaminhando para a vida pessoas que viam no carinho e acolhida dos dois a oportunidade e o calor que precisavam para se sentirem amparadas.
A morte de José Fernandes empobrece a estante dos arquivos vivos da caminhada de um povo em Timóteo. Certamente, agora nos braços do pai, descansa de suas obras, as quais o destacaram como crente fiel, sem hipocrisia, a respeito do qual se pode dizer: “Ele combateu o bom combate, acabou a carreira e guardou a fé”.
Sou Silas Rodrigues, o Silas do Blog, fundador deste site, com quase 15 anos de existência. Gleiziane é minha esposa e repórter fotográfica.