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11 anos atrásno
O Pr. Ricardo Mercês, da Igreja Batista em Avivamento, do Melo Viana, Distrito de Coronel Fabriciano, em tom de desabafo, bastante indignado, falou à nossa reportagem sobre o fato de pregadores e cantores estipularem valores exorbitantes para pregar e cantar.
O religioso, afirmou que “os pregadores de hoje estão preocupados com ofertas”. Ricardo disse, ainda, que estes não têm outro foco senão ganharem dinheiro. “Você não vê pregadores preocupados com almas”, disparou.
O pastor da Igreja Batista em Avivamento, que disse servir a Deus há 13 anos, entende que aqueles que andam pregando têm que ter um salário, desde que o valor que eventualmente possam cobrar leve em conta as condições das igrejas para as quais eles sejam convidados. “Eles (os pregadores) estipulam valores e se a igreja não tiver condições de pagar, eles simplesmente não vão”, observou Ricardo Mercês.
Enfático durante toda a entrevista, o pastor Mercês não poupou de suas críticas outros comportamentos dos pastores que pregam como itinerantes e que vivem disto. “É um tal de fazer voto. Eles usam a Bíblia, sabem até pregar. Fazem o povo glorificar e sentir a presença de Deus e, no final, fazem o povo ofertar”, disse.
Perguntado se no Vale do Aço existem pregadores deste tipo, Pr. Ricardo Mercês não titubeou. Respondeu que está geral, recusando a citar nomes. Tivemos a curiosidade de sabermos se ele cobra para pregar e sua resposta foi de que já recebeu proposta para “rachar oferta”. Mas como assim, perguntamos. Ele respondeu: o pregador me convidou para acompanha-lo em suas agendas e ele me daria a metade do que arrecadasse com suas pregações. Ele disse que já chegou a tirar 15 mil em uma igreja. Ta uma vergonha o evangelho”, desabafou.
Ricardo Mercês, que é diretor da rádio “Em Chamas de Fogo”, culpa os dirigentes de igrejas pela situação. “E o que me deixa mais chateado é q os pastores se corromperam porque eles jogam o jogo dos pregadores. Existe muitos pregadores bons por ai, mas eles preferem trazer gente de fora”.
Qual é o caso mais assustador dentro deste aspecto a que o senhor já assistiu ou tem notícia? Ricardo Mercês respondeu: “De um pastor que pregou na igreja de um amigo. Um pregador renomado. Ele aprontou lá e quando o pastor ligou para ele para questionar alguns acontecimentos, este pregador vira para ele e diz que iria passar em BH e iria c…er as prostitutas de BH com o dinheiro da igreja e que não tava nem ai com a igreja do pastor. O pastor (seu amigo) não deixou ele pregar no segundo dia. Ai ele foi para o hotel. Chegou lá comeu a vontade, chamou amigos e deixou uma conta enorme para o pastor pagar”.
Ricardo Mercês, vez por outra, durante a conversa, usava a palavra “revoltado”, para referir-se a situação que ele denunciava, hoje reinante em boa parte das igrejas evangélicas.
Perguntamos ao pastor da Batista em Avivamento se ele cobra para pregar e ele disse: “cobro a gasolina e pergunto se a igreja tem condições de me abençoar. Mas não gosto de estipular valor. E se tem só condições de da a gasolina, vou assim mesmo. E outra, eu to passando uma prova financeira mas mesmo assim se me chamar para pregar em alguma igreja e me pedir pra fazer voto eu ate faço, mas fica para igreja. Não concordo com esta de fazer voto e rachar com o pregador”.
Quando questionamos o entrevistado a respeito de sua opinião sobre o fato de um cantor pedir 850 reais para cantar em uma igreja próximo ao seu bairro – o fato teria ocorrido em Timóteo – ele defendeu a quantia “desde que a igreja que convidou tivesse condições de pagar”.
O Pr. Ricardo Mercês encerrou sua entrevista, avaliando a geração de evangélicos de hoje. “Olha a geração de hoje ta um problema. Muitos canta pregam até bonito, mas eles mesmo estão se consagrando, e sai para cantar ou pregar sem a benção do pastor, ou seja, a geração de hoje ta complicada. Por isto que o povo estão esquecendo que começa de baixo. Muitos já estão começando de cima e não estão respeitando seus lideres. Eu nunca tive coragem de dizer isto mas depois que conheci o Pr. Eduardo Mascarenhas – o xaropinho do sbt começamos uma amizade bakana e ele começou a postar algumas coisas lá em relação a igreja. Ai eu cheguei a conclusão que o problema todo ta é nos pregadores e cantores, porque eles é que estão corrompendo e envergonhando o evangelho. O cara pode ate estipular um valor, mas se a igreja não tem condições de pagar então ele vai por amor as almas”.
Antes de encerrarmos a conversa, voltamos a perguntar Ricardo Mercês sobre sua atuação, como pregador. Imediatamente ele recusou ser chamado de pregador e disse: “eu não sou pregador, porque pregador é mercenário. Eu sou ganhador de almas. Ai eu quis saber se ele tem atendido muitas igrejas para ganhar almas, e sua resposta foi “tem aparecido sim, vários convites, mas confesso que não to fazendo muita questão para sai não. Se me convida, vou. Semana passada preguei, ganhei 15 almas pra jesus”.
Sou Silas Rodrigues, o Silas do Blog, fundador deste site, com quase 15 anos de existência. Gleiziane é minha esposa e repórter fotográfica.