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O descanso da guerreira Adilene.

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Com uma comoção em proporções não tão comum de se ver mais na situação ultimamente, o corpo da irmã Adilene de Oliveira Moura 75 anos, deixou o templo da Assembleia de Deus do bairro Ana Moura, na região de cima, por volta das 16h de ontem, rumo ao cemitério Jardim da Saudade, o único de Timóteo. Os choros e soluços salpicaram o ambiente da congregação onde o corpo foi velado, como os trovões que lá fora rasgaram o céu enchendo de medo e assustando, indicando a intensidade da chuva que estava por vir. Como chuva, também, foi a graça daquela vencedora, cujo corpo, estirado em um caixão, era molhado pelas lágrimas de quem via na sua morte o nascer do desencanto pela vida, longe de quem tinha muito significado. A escuridão daquele céu era como a escuridão prevista para o amanhã de entes queridos que viam em Adilene o holofote em instantes tenebrosos, onde um ombro amigo era fundamental para a sobrevivência e conquista de paz.

A cerimônia fúnebre, oficiada pelo pastor responsável pela congregação, Longuinho,  auxiliado pelo Pr. José Lino, não pode estender-se muito devido à comoção no local. Netos, filhos, genros, noras e demais familiares, entraram em pranto momentos antes do caixão com Adilene deixar o templo.

A dor emitida nos soluços e choros era contagiante. As frases dos que lamentavam tinham, como essência, a exaltação do cuidado e o amor que a falecida dedicava aos familiares. Como esteio de uma geração, ali naquele caixão parece que terminava a esperança dos bons conselhos que irmã Adilene emitia a quem dela precisasse em horas decisivas onde uma atitude não pudesse ser adiada.

No templo de cima da congregação do Ana Moura, como é chamada a primeira igreja Assembleia de Deus construída naquele bairro, uma história de um passado não tão distante, endossava a dor dos que pranteavam. Segundo nos contaram, há aproximadamente uns 30 anos, o esposo de Adilene, Amado Gertrudes, teve morte súbita, quando, no púlpito, falava sobre a transformação que Deus fizera em sua vida. Três décadas depois, o corpo da esposa ocupa o mesmo lugar, inerte, não com o mistério que marcou sua partida, mas com o histórico de vida semelhante ao seu. Mulher honrada, transformada, Adilene deixou fartos exemplos de comprometimento com Deus. “Esta  mulher não abria a boca para falar mal de ninguém”, testemunhou uma velha amiga sua.

Aqueles choros, longe de medir a intensidade de remorsos, refletiam a certeza de quem ficava, de que os exemplos de vida como o daquela guerreira se rarefazem  a cada dia. As privações da vida, as intempéries e as incertezas não afastaram Adilene dos caminhos do Senhor. Ela deixa um indicativo de fé e coerência com a escolha que fez de servir a Deus.

Pioneira, Adilene é mais uma daquelas peças que movimentaram a engrenagem da história das Assembleias de Deus do ministério Adão Araújo, em especial no bairro Ana Moura.

Vítima de várias complicações de saúde, dentre elas insuficiência renal, a lutadora que descansou resistiu às dores e fechou os olhos eternamente sem perder a dignidade. Ela combateu o bom combate, acabou a carreira e guardou sua fé.

Edilene deixou 5 filhos, 13 netos, alguns bisnetos e incontáveis exemplos que, se seguidos por aqueles que desejavam acompanha-la no caixão devido  à voracidade da dor que dilacerava seus corações, terão, como ela, um descanso ao lado do Mestre.

Adilene partiu e levou um pedaço da nossa história. Ela nos deixou mas sua conduta irá eternizá-la. Aquele incondicional sorriso seu haverá de esculpir uma das lanças que sangrará a alma toda vez que lembrado como se ao vivo estivesse. Deus sabe o que faz!

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