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10 anos atrásno
A família de uma idosa de 60 anos acionou a Polícia Militar de Machado, no Sul de Minas, depois que a mulher, supostamente já morta, mexeu os olhos e a boca durante o próprio velório nessa terça-feira (17).
Segundo o boletim de ocorrência registrado pela corporação, familiares de Maria de Lourdes Pereira velavam o corpo no velório municipal da cidade, localizado no bairro Patrícia Machado, quando perceberam que ela estava com a boca aberta e mexendo os olhos.
O funcionário da funerária contratada pela família foi chamado e teria dado “um ponto” na boca da mulher. Intrigados com a situação, os parentes chamaram um médico e uma enfermeira até o velório. Os profissionais da saúde confirmaram o óbito.
No entanto, a família não descarta que possa ter acontecido um erro no primeiro laudo de morte. Ainda segundo o boletim, Maria de Lourdes estava internada no Hospital Universitário Alzira Velano, em Alfenas, na mesma região, para o tratamento de leucemia. Porém, ela precisou ser transferida na última quinta-feira (11) para a Santa Casa de Alfenas.
“Quando chegou ao hospital, ela estava consciente. Conversou com a família, chorou e perguntou pelo filho. Depois disso, os médicos disseram que ela entrou em coma”, contou a irmã da mulher, Helena Aparecida Domingues, de 48.
Às 11h15 da última segunda-feira (16), a instituição confirmou o óbito. “O corpo voltou para Machado e começamos o velório. O filho percebeu que a mãe abria e fechava os olhos. Ela ainda estava ‘quente’ e notei que a Maria também mexia os pés. Na minha opinião, ela foi viva para o velório”, disse a dona de casa.
A família ainda tentou conversar com a idosa e pediu que ela desse um “sinal” caso estivesse ouvindo. “Ela não conversou, mas ficou se mexendo. Mas quando o médico chegou, minha irmã já estava ‘morta de verdade’, lamentou Helena.
Após a confusão durante o velório, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Alfenas para passar por novos exames e, em seguida, sepultado em Machado.
“Vamos esperar os resultados dos exames. Acreditamos que houve erro médico. Se ficar comprovado, a família pretende acionar a Justiça”, finalizou a irmã.
O caso foi registrada na Delegacia de Plantão de Alfenas e a Polícia Civil deve investigar o caso. A reportagem de O TEMPO tentou contato com o delegado que recebeu o caso, mas ele não foi localizado.
Defesa
Por telefone, o diretor clínico da Santa Casa, Carlos Marcelo Barros, negou qualquer tipo de falha da instituição. “A paciente estava há quatro dias no hospital. O caso era muito grave, o médico fez o que foi possível, mas o óbito realmente foi confirmado na segunda”, disse o diretor.
O médico afirmou que nenhum representante do hospital foi solicitado na delegacia. “Se a polícia chamar, nós vamos. A Santa Casa tem certeza que prestou o atendimento correto”, disse.
Barros também enviou uma nota à reportagem destacando que “todos os procedimentos realizados no atendimento à paciente foram dentro dos padrões de qualidade estabelecidos por protocolos clínicos vigentes, sendo-lhe assegurada a melhor assistência médica naquele momento”.
Laudo
A reportagem teve acesso ao laudo do médico legista em que consta a data da morte como sendo na segunda-feira. Porém, no espaço reservado para colocar a causa do óbito, o médico afirma que estava “aguardando exames”. A Santa Casa também afirmou que só vai se manifestar novamente depois que os resultados ficarem prontos.
O Tempo
Sou Silas Rodrigues, o Silas do Blog, fundador deste site, com quase 15 anos de existência. Gleiziane é minha esposa e repórter fotográfica.