Foragido do Vale do Aço estava escondido em Caratinga

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A Polícia Civil de Caratinga prendeu na tarde desta terça (10/11), em uma residência da Rua Antônia Maria Rezende Fernandes, no bairro Dário Grossi, Rafael Lagares Soares, de 33 anos. Havia contra ele um mandado de prisão preventiva expedido pela Comarca de Timóteo pelo crime de tráfico de drogas. Ele estava foragido desde 2012. Os policiais civis abordaram Rafael quando ele guardava o seu carro na garagem. Rafael estava foragido em Caratinga há cerca de um ano e meio.

O delegado de Polícia Civil, Luiz Eduardo Moura, apresentou mais detalhes sobre a investigação que teve início com o delegado Ivan Salles e culminou na prisão do autor.

De acordo com o delegado, a investigação inicial desencadeada pela Polícia Civil apontava que havia um indivíduo da cidade de Ipatinga, residindo em Caratinga, investigado em 2012 pela prática de tráfico de drogas e apontado como o cabeça de uma organização criminosa que atuava na região do Vale do Aço. Na época destas investigações os integrantes da quadrilha foram presos, mas o homem apontado como o “cabeça” havia conseguido fugir.

Após levantamentos, os policiais civis de Caratinga identificaram o suspeito na cidade de Caratinga. As investigações apontaram que Rafael morava em uma residência boa em Caratinga, não levantava suspeitas de vizinhos e utilizava um nome falso e conseguiu ficar três anos foragido da Polícia. O autor portava uma carteira de habilitação falsa em nome de Willian Pereira dos Santos.

Ainda de acordo com o delegado, as investigações apontam que ele não realizava o tráfico de drogas em Caratinga, apenas se escondia na cidade. “Não há uma punição para ele em Caratinga. Ele está sendo preso hoje em razão de um mandado de prisão expedido por um juiz de Ipatinga, em razão dos crimes praticados em 2012”.

QUADRILHA DESARTICULADA

Informações do Diário Popular – 15 de fevereiro de 2013

Em fevereiro de 2013, a Polícia Civil de Timóteo concluiu o inquérito da operação “Cachoeira” e indiciou dezessete pessoas por tráfico de drogas, associação ao tráfico, corrupção de menores e falsificação de documentos. Naquele época, conforme divulgado pela Polícia Civil, cinco pessoas responderiam ao processo em liberdade, nove estavam presas e outras três foragidas.

O inquérito policial foi remetido ao Ministério Público e apresentou em detalhes um forte esquema de tráfico de drogas no distrito de Cachoeira do Vale. Foram cerca de seis meses. No período de monitoramento, os policiais civis conseguiram também identificar uma ramificação da quadrilha nos bairros Ana Rita, em Timóteo, e Giovanini, em Coronel Fabriciano.

ORGANOGRAMA

Para um entendimento melhor do esquema foi elaborado um organograma com as fotos dos principais envolvidos no esquema. Na ponta do organograma, está Rafael Lagares Soares, o “Rafa”, que, segundo as investigações, era o principal fornecedor de entorpecentes. Ele fornecia as drogas para Erick da Silva Viana, o “Guga”, tido como chefe da quadrilha.

Este, por sua vez, repassava os entorpecentes para Rafael Figueiredo Junior, o “Bill”, responsável pela comercialização e “correria” das drogas. A polícia descobriu que Erick possui um alto padrão de vida, resultado do tráfico de drogas. Para controlar os “negócios”, “Guga” tinha como braço direito, Guilherme Costa Alves, responsável por guardar as drogas e aliciar menores que serviam de “espiões” do tráfico, também responsáveis por assumir a propriedade dos entorpecentes caso o esquema fosse descoberto. Erick ainda possuía uma extensa lista de revendedores, que aparecem ao final do organograma.

Além dos principais “cabeças” da quadrilha, segundo a polícia, outros suspeitos como Deivdson Bruno, Henrique Martins e Vivianderson Silveiro Rodrigues, possuíam relação de direta com “Guga” e “Rafa”, mas preferiam comercializar diretamente os entorpecentes sem criar vínculo com outros revendedores.

OPERAÇÃO CACHOEIRA

Depois de investigações, a Polícia Civil realizou uma operação no dia 17 de janeiro. Na ocasião, nove pessoas foram presas, entre elas “Guga” e seu braço direito, Guilherme da Costa Alves. Uma mulher, acusada de ser integrante da quadrilha, foi presa em um hospital enquanto visitava a mãe doente.
Foram apreendidas 19 pedras de crack, doze porções de maconha, aproximadamente R$ 800 em dinheiro, uma arma, vários celulares e um cofre encontrado na casa de Rafael Lagares, considerado foragido da justiça.

PEPITAS

Ao abrir o cofre, a Polícia Civil encontrou ouro fundido, uma aliança e um anel de criança. Com isso, a PC identificou uma nova artimanha usada pelos traficantes para burlar a polícia. Com o ouro derretido, seria praticamente impossível identificar o verdadeiro proprietário das jóias, caso fossem recuperadas pela polícia, o que evitaria o estado de flagrante.

O dono de uma relojoaria em Coronel Fabriciano, M.M.L., também foi indiciado. Após requerer na polícia os objetos encontrados no cofre, o homem passou a ser suspeito e acabou confessando que recebeu R$ 600 de Rafael Lagares para derreter e transformar algumas joias em anel infantil e uma aliança, além de pepitas. Ele ainda emitiu um recibo de compra e venda para ajudar Lagares.

LAGARES

Rafael Lagares Soares, o “Rafa”, 29 anos, é procurado pela polícia. Ele já foi preso pelo mesmo crime em 30 de abril de 2009. Na ocasião, foram apreendidos com ele cerca de quatro quilos de pasta base de cocaína prontos para o consumo, localizados no guarda roupas de sua residência, no bairro Ideal, em Ipatinga.

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