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Evangélicos pedem explicações sobre campanha para prostitutas

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Cartaz divulgado pelo Ministério da Saúde nas redes sociais; ministro vetou a campanha nacional

Márcio Falcão, na Folha de S.Paulo

Deputados da bancada evangélica dispararam ataques à
presidente Dilma Rousseff e cobraram explicações nesta terça-feira (4) do
Ministério da Saúde sobre a campanha lançada pela pasta na internet voltada às
prostitutas com foco na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

Hoje, o ministro Alexandre Padilha (Saúde), no entanto,
recuou e disse que a campanha ainda depende de aprovação. A Comissão de
Direitos Humanos aprovou requerimento pedindo que Padilha preste
esclarecimentos sobre a campanha e informe quanto custou a peça publicitária.

Uma das peças da campanha, lançada no último final de semana
diz: “Eu sou feliz sendo prostituta”.

“O que o governo faz é um crime, é apologia à prostituição.
O governo está patrocinando um crime ao defender essa conduta”, disse o
deputado Marcos Rogério (PDT-RO).

A deputada Liliam Sá (PSD-RJ) disse que a campanha
representa um “desfavor à sociedade”. “O que é isso? Ninguém é feliz sendo
explorada sexualmente”, afirmou.

Para o deputado João Campos (PSDB-GO), a campanha é mais uma
prova que o governo Dilma Rousseff não cumpre promessas de campanha. “É uma
campanha discriminatória. Esse é um governo que não preza pelos valores da
família”.

Irônico, Campos disse que já pode visualizar as próximas
campanhas publicitárias do ministério. “Eu já vejo: Sou adultero, sou feliz. Ou
incestuoso, siga-me. Ou sou pedófilo, sou feliz, sou realizado”, completou.

O deputado Costa Ferreira (PSC-MA) recomendou que a
presidente Dilma fique atenta às ações de sua equipe. “Ela deve tomar pé de seu
governo porque isso não vai ser bom para ela”.

Presidente da comissão de Direitos Humanos, Marco Feliciano
(PSC-SP), disse ser a favor de pedir explicações sobre essa “famigerada
campanha”.

LEGALIZAÇÃO

O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) protocolou no comando da
Câmara um pedido para retirar da Comissão de Direitos Humanos da Casa um
projeto de lei que legaliza a prostituição. Ele é autor da matéria e pede que a
proposta seja discutida por uma comissão especial.

Jean Wyllys teme que a proposta seja engavetada na comissão
que conta com maioria de parlamentares alinhados com bancadas religiosas, entre
eles Feliciano.

No ano passado, o deputado causou polêmica ao afirmar que
60% dos homens do Congresso usam os serviços de prostitutas.

A declaração de Wyllys, homossexual assumido, foi feita ao
avaliar qual seria a chance de sua proposta ser aprovada, uma vez que o tema é
tabu para a maioria dos deputados.

O projeto de Wyllys prevê que será considerada profissional
do sexo toda pessoa maior de 18 anos e absolutamente capaz que voluntariamente
presta serviços sexuais mediante remuneração.

Segundo o texto, os profissionais poderão atuar de forma
autônoma ou em cooperativa e terão direito a aposentadoria especial com 25 anos
de serviço.

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