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Após 16 anos, ex-marido que matou professora é preso em Fabriciano

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Diário Popular

FABRICIANO – Após 16 anos, o caso da professora Zelândia Laviola Marques do Carmo, de 32 anos, chegou ao fim. Na última quarta-feira (9), o homem que foi condenado pelo assassinato dela foi preso por força de um mandado.

O ex-marido de Zelândia, Edmilson Eduardo de Oliveira, que aparece como o mandante do crime estava respondendo ao processo em liberdade. Em 2011, ele foi condenado a 13 anos de prisão, mas no mês passado a Justiça mandou prender o acusado, após a defesa perder todos os recursos.
Este foi um dos casos mais emblemáticos para o qual o jornalista Rodrigo Neto cobrou incessantemente por justiça. Antes de ser morto, em março de 2013, o repórter investigado escreveu inúmeras reportagens pedindo justiça pela família, que convivia com a certeza da impunidade.

O CRIME

A morte da professora Zelândia ocorreu no final da década de 90 e chocou a população do Vale do Aço por causa da crueldade do crime. Consta na denúncia do Ministério Público (MP), que no dia 24 de abril de 1999, a professora estava em casa, no bairro Alipinho, em Coronel Fabriciano, com os dois filhos, de 11 e 7 anos, à época, quando um homem a mando de Edmilson assassinou a mulher.

De acordo com as apurações da Polícia Civil, Benedito de Oliveira, a mando de Edmilson e outra pessoa não identificada entraram na casa e após trancar os filhos em um quatro, amarraram os punhos da professora e desferiram cinco facadas.
Ainda conforme as investigações, Edmilson tinha constantes desavenças com a vítima, que foi ameaçada várias vezes, deixando inclusive bilhetes de morte. O MP denunciou os acusados por crime triplamente qualificado: mediante recompensa, meio cruel e emboscada.
 

SUICÍDIO

Durante o andamento, o processo foi desmembrado e o réu Benedito de Oliveira seria julgado separadamente. Em novembro de 1999, o acusado – que respondia ao processo em liberdade – procurou a imprensa e alegou que no dia do crime estava em Belo Horizonte acompanhando a esposa em um tratamento de saúde.

No entanto, um mês antes de ser julgado, Benedito tirou a própria vida. Ele estava bebendo em um bar no bairro Tiradentes em Coronel Fabriciano e em certo momento – na frente de todos – sacou uma arma e atirou na própria cabeça.
 

JÚRI

Edmilson foi julgado no dia 15 de fevereiro de 2011 e foi condenado a 13 anos de prisão em regime fechado. Na ocasião, o juiz determinou que o réu recorresse em liberdade e desde então a defesa feita pelo criminalista Jayme Rezende, que interpôs recurso um atrás do outro para protelar a prisão do acusado.

Primeiro o advogado tentou anular o Júri sustentando que a decisão dos jurados foi manifestamente contrária à prova dos autos, que não prova a autoria do crime. Em julho de 2012, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou todos os recursos da defesa e ainda aumentou a pena em mais um ano, fixando a condenação em 14 anos de prisão em regime fechado.
 

STJ

Esgotadas todas as possibilidades de recurso na 2ª Instância, o caso foi parar na Corte suprema. A defesa entrou com o Agravo em Recurso Especial no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em 2013, numa decisão monocrática, a ministra Maria Thereza de Assis Moura também negou um novo julgamento ao réu e manteve a última decisão do TJ. “Observa-se que o entendimento adotado pelo Tribunal de Justiça de origem, guarda fina sintonia com a jurisprudência consolidada neste Tribunal Superior de Justiça”, diz trecho da decisão do STJ.  

 PUNIÇÃO

Para a família da vítima que aguardou por mais de 16 anos, a prisão de Edmilson fecha um ciclo de angústia, ansiedade e sentimento de impunidade. Marilene Marques, irmã de Zelândia ainda lembrou da participação do jornalista Rodrigo Neto no caso.

“Gostaria imensamente que Rodrigo estivesse aqui para tomar conhecimento de que a justiça foi feita, pois dentre muitos, Rodrigo foi uma pessoa que sempre trouxe esperança ao meu coração de que chegaria a hora certa”, disse Marilene que lamentou o fato da mãe também não estar viva para ver o fim da história.
 
Fonte: Diário Popular 

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