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11 anos atrásno
Pr. Emerson Pereira, que é também cantor, ousou na pregação desta quarta-feira
O culto desta quarta-feira, na Assembleia de Deus do bairro Olaria, em Timóteo repetiu, em parte, o que vem acontecendo nos de algumas semanas anteriores. Alguns detalhes, no entanto, o diferenciaram daqueles. O público esteve reduzido, com relação, por exemplo, ao que recebeu a presença do cantor Jonathan Farias, o Pr. Elias e a cantora Eliane Silva, no dia 22 de janeiro. Mas, sem dúvida, o teor da mensagem, sem nenhum afago ao ego tanto de fiéis quanto das lideranças, foi uma das suas marcas que poderá, inclusive, ter desfechos.
Apresentado à igreja como “enviado da cantora Eliane Silva”, Pr. Emerson Pereira, que já formou dupla com Marcos, conhecida como Os Cardeais, cantou apenas um hino e assumiu a condição de pregador oficial da noite.
Pr. Emerson Pereira, antes da pregação, cantou.
Emerson, que estava acompanhado da esposa Aline e é morador do bairro Ana Malaquias, em Timóteo – há cerca de cinco anos – foi contundente na mensagem que ele intitulou de “Se humilhando para reconhecer a grandeza de Deus”, baseada em Isaías 6:1. O cantor e pregador, consagrado a pastor na Assembleia de Deus Ministério Monte Sinai no Brasil, em Guarulhos, São Paulo, ligado à CGADB, advertiu os ouvintes para o perigo em que se incorrem aqueles que deixam se levar pela vaidade e envolvimento com negócios desta vida, em detrimento do aspecto espiritual de suas existências. O mensageiro, que no meio deste ano está indo para os Estados Unidos, onde permanecerá pregando durante trinta dias, se dirigiu, a certa altura de sua pregação ao Pr. Juscelino, que se mostrava incomodado, permanecendo o tempo quase todo da mensagem inquieto e numa posição de estar lendo a bíblia, bem diferente daquela de mãos erguidas nos cultos anteriores, e disse a ele que “alguém queria estar ocupando o seu lugar”. O pastor reagiu com certa indiferença à fala do pregador. Pr. Emerson Pereira enfatizou que não estava ali pregando para voltar depois e que não se preocupava em não ser convidado mais para ocupar aquele púlpito.
A expressão do Pr. Juscelino (esq.) das últimas quatro quartas-feiras foi trocada por esta (dir.) na noite de ontem.
No público, os glórias a Deus e aleluias não tiveram, também, a abundância das quartas-feiras que antecederam à de ontem, como se cada ouvinte, ali, estivesse bem atento à analise de cada palavra que estava sendo dita pelo Pr. Emerson. Bom de tribuna, o pregador disse, por mais de uma vez, que “a verdade vai vir à tona”, sugerindo que algo está prestes para ser revelado. O cantor invocou com frequência o exemplo de homens do passado que tentaram, em vão, verem a glória de Deus, o que só ocorreu depois de terem se humilhado. Emerson destacou à exaustão que ali estava falando “o que Deus pedia que ele falasse”. O ex-integrante da dupla “Os Cardeais” condenou a atitude de líderes que se servem da igreja para se promoverem na sociedade como se fossem os donos da igreja e proprietários do seu rebanho. De acordo com o pregador, é preciso, urgentemente, se dar outro rumo ao teor dos fatos que vêm sendo protagonizados por agentes religiosos. Suas concepções de um evangelho genuíno rechaçaram a conduta e prática de lideranças evangélicas, sobretudo aquelas que ocupam os púlpitos.
Enquanto isto, Pr. Juscelino, como se não visse a hora de retomar os microfones, parece que cuidava de como iria fazer para amenizar o clima. A mensagem soou como chibatadas no lombo. Um pastor, pouco depois da mensagem, chegou a dizer que ela não era apropriada para um culto de quarta-feira. Na plateia ouvia-se gestos de plena aprovação ao mensageiro como se ele estivesse falando tudo aquilo que alguém já teria que ter dito. A linha de defesa ao arrependimento e confissão sublinhou a pregação do Pr. Emerson que já esteve em eventos na Europa, nesta condição. A contundência da mensagem, como ferramenta ponteaguda, chegou a criar um clima como de constrangimento no ministério que ocupava o púlpito durante o culto.
Amigos do pregador, Marcos Karan (esq.) e Pr. Celso de Oliveira estiveram presentes, como se fossem apenas apoiadores.
Uma presença que chamou a atenção foi do cantor Marcos Karan e do Pr. Celso de Oliveira, ali como se estivessem apenas como apoiadores. O pregador fez boas referências públicas à dupla famosa. Para dois nomes como os deles, de agenda disputada estar ali sem anúncio prévio e sem previsão para participarem nas funções dos ministérios que exercem, não deixava de ser, no mínimo, curioso. Entretanto Celso foi convidado para fazer uma das orações e Marcos Karan cantou um hino durante uma das intercessões finais.
Por volta das 21h05 Pr. Emerson Pereira encerrou sua mensagem. Sem nenhuma referência a ela, Pr. Juscelino convidou os obreiros para irem até próximo ao púlpito e receberem uma oração da igreja. Parece que aquele era um outro lado do culto, numa espécie de bálsamo diante do que aqueles homens e mulheres tinham acabado de ouvir. Os obreiros desceram do altar e se somaram aos diáconos e diaconisas que se deslocaram dos seus lugares para a oração. Parece que aquela era a linha pretendida para o culto.
Após os obreiros, foi a vez das mães presentes serem convocadas para o mesmo ato, e receberam a intercessão da igreja a favor de seus filhos.
O culto encerrou pouco depois das 21h e o público passaria a comentar a pregação. Na manhã desta quinta-feira, por exemplo, uma das pioneiras da Assembleia de Deus do bairro Olaria, comentou: “o homem prega demais”. Será o que ela quis dizer?
Os diáconos e demais obreiros foram chamados após a pregação para uma oração a favor da classe.
Sou Silas Rodrigues, o Silas do Blog, fundador deste site, com quase 15 anos de existência. Gleiziane é minha esposa e repórter fotográfica.