A nossa homenagem a um grande violonista e cantor chamado José das Neves.

José das Neves, no culto da quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014, na Assembleia de Deus do bairro Olaria, onde congrega.

Possivelmente nenhuma das congregações da Assembleia de Deus do ministério Adão Araújo, espalhadas pela cidade de Timóteo e região, não tenha ficado sem receber a visita dele. José das Neves de Oliveira, morador desta cidade, onde criou seus onze filhos, todos ainda vivos, é aquile tipo de pessoa que se pode chamar, pelos assembleianos timotenses, como prata da casa. Mesmo que nunca tenha sido homenageado pela denominação, seu amor por ela é algo visível.

Com a esposa e os 11 filhos.

 Aos 82 anos, aparentando ter bem menos, o homem é conhecido como um dos mais longevos evangélicos que toca violão no município. Seu jeito simples de ser e de se comunicar tem lhe conferido a simpatia e o carinho de todos que lhe conhecem ou que puderam ter um contato com ele. Quando ocupa o microfone de qualquer igreja para cantar, antes de fazê-lo, tem sempre uma palavra espontânea para dizer, mesmo que não seja com relação à música que vai apresentar. Sorrindo, ele diz o que pensa da forma que pensa.

Atualmente seguindo carreira solo, José das Neves nem sempre se apresentou assim. Já formou dupla com vários amigos, dentre eles alguns já falecidos como, por exemplo, Eliezer Manoel, que residia no bairro João XXIII. Por Estar sempre cantando ora com um parceiro, ora com outro, Pr. Adão Araújo, ao se referir ao cantor, quando acompanhado,  sempre dizia “vamos ouvir o Zè das Neves e seu companheiro”. O tempo passou, e alguns dos faziam dupla com ele não prosseguiram na mesma direção. Hoje o mais comum de se ver é o José das Neves cantando em solo, sem inovações e com suas músicas que engrandecem a Deus.

Casado com Enedina há 55 anos, com quem teve 11 filhos, os quais lhe renderam 13 netos, José das neves tem 43 anos de Assembleia de Deus e foi, no início da expansão da denominação na cidade e na região chamada de “região de cima” -expressão usada para se referir a Alto do Rio Doce, Ouro Branco, dentre outras cidades – um dos que acompanhavam regularmente o Pr. Adão Araújo. À época os 4 filhos do cantor – Nilcinha (Nicinha), Edna (Tiquita), Nirce (Didi) e Leôncio (Lonço) eram os principais componentes do grupo musical, chamado de “bandinha”. Aqueles filhos cresceram, optaram por outras atividades mas o pai, até hoje, faz o que fazia naquele tempo: canta e toca violão para louvar a Deus.

Perguntamos ao José das Neves como era sua vida antes de converter-se, com relação à música, algo de que ele notadamente tanto gosta. O ancião revelou que, antes de tornar-se evangélico, em 1º de outubro de 1970, tocava em bares e botecos de Itabira, em Minas Gerais, em companhia de um cunhado. Naquele tempo, disse José das Neves, o cavaquinho era um dos  instrumentos que ele utilizava nas noites. O cantor revelou que gostava muito de interpretar a marchinha “Você pensa que cachaça é água?”.

Com a esposa, noras e genro.

Depois de convertido, José das Neves disse que passou a ter predileção por diversos cantores gospel, mas um que ele elegeu como fonte de certa inspiração foi Jair Pires, falecido no início de 2007, vítima de um AVC.

Quem ouve o violonista e cantor, rapidamente entende  tratar-se de um músico autêntico que não tem como objetivo se promover. Ele canta e toca para engrandecer o Reino de Deus e disso não abre mão. Não se importa com eventuais críticas e segue em frente fazendo o que lhe apraz. É raríssimo encontrar José das Neves sem a companhia de um violão, que traz sempre protegido em uma capa. “Ele tem muito ciúme do seu instrumento”, revelou uma de suas filhas, acrescentando que é muito difícil o pai passar um dia sequer sem tocar o instrumento em casa, de preferência no quarto.

Em um mundo em que o aparecer e exibiir-se tem tomado as cenas até de púlpito das igrejas, com descarados fingimentos de “humildade”, saber que ainda existem pessoas que cantam e tocam sem cobrar para isto, com a genuinidade do  homem  aqui enfocado, é motivo de regozijo e de conclusão no sentido de que nem tudo está perdido.

Com a esposa e netos. Fotos: Facebook da família.

José das Neves tem alegrado muitos dos seus conterrâneos com seus hinos inspirados e de estilo bem ao gosto dos ouvidos de quem quer mensagem e não heresias. Quantos cultos este home já abrilhantou! Quantas reuniões este homem já alegrou! Ele irá, certamente, continuar na sua jornada, cumprindo sua missão de louvar a Deus na beleza de sua simplicidade e autenticidade. Que nossos ouvidos dignem sempre de poder ouvir o violão tangido pelas mãos deste obreiro aposentado de suas atividades profissionais, mas em plena atividade espiritual, agindo como um José das Neves que aguarda o Filho de José nas nuvens.

E agora, com vocês, o nosso homenageado, em uma de suas participações no culto na quarta-feira, 26/02/14, na Assembleia de Deus do bairro Olaria.