Publicado
11 anos atrásno
Simone Cunha
Do UOL, em São Paulo
Aceitar com passividade o papel de amante, como acontece com Maria Isis (Marina Ruy Barbosa), em “Império”, pode parecer fácil. No entanto, a antropóloga Mirian Goldenberg, autora dos livros “A Outra” e “Por que Homens e Mulheres traem?” (Bestbolso), afirma que uma situação como a dela é mais difícil do que aparenta. “Em geral, este tipo de relacionamento envolve muito sofrimento e dificuldade para lidar com o fato de não ser a única, a número um, a que completa o par sem necessidade de outras”, diz a especialista.
É mais comum encontrar mulheres nessa condição, por uma questão cultural. “Elas não são educadas para se dividir entre dois homens”, fala Mirian. Já eles, muitas vezes, foram criados para separar a mulher da casa e a da rua, aquela que cuida da família e a que oferece prazer.
O psiquiatra Luiz Cuschnir, coordenador do Gender Group® do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), comenta que a mulher tem uma vida emocional muito rica e, por conta disso, envolve-se mais facilmente, mesmo que a situação não seja a de sua preferência. “Elas também acreditam mais em promessas e creem que poderá haver mudança do status de amante, se for persistente”, explica.
Para a psicóloga Margareth dos Reis, doutora em ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), assumir o papel de amante é sustentar um relacionamento cheio de limitações. “Não dá para ser completo. Inicialmente, no calor da paixão, pode ser suficiente. Mas, com o passar do tempo, a pessoa acaba se sacrificando, e isso tende a provocar um desequilíbrio emocional”, afirma.
Sou Silas Rodrigues, o Silas do Blog, fundador deste site, com quase 15 anos de existência. Gleiziane é minha esposa e repórter fotográfica.