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Usiminas pode estar prestes a pedir recuperação judicial

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Risco. Usiminas já foi uma das maiores empresas no Estado, mas, hoje, está reduzindo atividade, demitindo e vive incertezas

QUEILA ARIADNE

No próximo dia 18, a Usiminas divulgará os resultados financeiros do quarto trimestre de 2015. A divulgação é ansiosamente aguardada tanto pelo mercado como pelos trabalhadores, pois indicará se os rumores de que a maior produtora de aço da América Latina está prestes a pedir recuperação judicial são verdadeiros ou não. “Eu não sei se não acredito ou se não quero acreditar”, disse uma fonte próxima à empresa, avaliando a possibilidade.

Os boatos são fundamentados em uma sucessão de cinco quedas consecutivas no faturamento trimestral, rebaixamentos nas recomendações de investimento das agências Moody’s e Standard Poor’s, pela redução no caixa e pelo aumento da dívida bruta. São agravados pelas incertezas espalhadas por uma briga que se arrasta há mais de um ano entre os dois acionistas majoritários: os ítalo-argentinos da Ternium e os japoneses da Nippon Steel, atualmente na presidência.

O último balanço, do terceiro trimestre do ano passado, mostra que a empresa saiu de um lucro líquido de R$ 326 milhões, nos nove primeiros meses de 2014, para um prejuízo de mais de R$ 2 bilhões nos nove primeiros meses de 2015. Nesse período, o caixa caiu 20%, de R$ 726 milhões para R$ 615 milhões; e a dívida bruta subiu 19,1%, de R$ 6,8 bilhões para R$ 8,1 bilhões.

A salvação da empresa depende do restabelecimento da paz entre os acionistas. Sem isso, já que os resultados indicam prejuízos, nem argentinos, nem japoneses estão dispostos a injetar recursos na Usiminas. Segundo fontes ligadas à siderúrgica, a Ternium tem interesse em continuar com a Usiminas, desde que a Nippon aceite uma ‘cláusula de saída’. Na prática, explica a fonte, seria feito um acordo com estabelecimento de metas de resultados capazes de reverter o prejuízo atual.

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“Se a meta for alcançada, a Nippon continua à frente da gestão. Se não for, fica quem pagar mais”, esclareceu. Isso significaria que uma parte pode comprar a outra. Por meio da assessoria de imprensa, a Nippon disse que “não há qualquer negociação nesse sentido em andamento”.

Sobre um possível pedido de recuperação judicial e sobre um plano para reverter os prejuízos, a Nippon disse que “trata-se de um assunto que deve ser avaliado pela administração de Usiminas. Não temos conhecimento sobre o assunto. Queremos proteger os interesses da Usiminas e iremos apoiar as iniciativas tomadas pela administração nesse sentido”, afirmou o controlador. A Usiminas informou que não pode se pronunciar até a divulgação dos resultados, na semana que vem, pois está em período de silêncio.

Também por meio da assessoria, a Ternium enfatizou que continua buscando um melhor entendimento para que seja possível um choque de gestão que a companhia precisa agora.

Entre boatos e expectativas, as ações da companhia despencaram. As preferenciais, que em 2011 chegaram a valer R$ 10,15, estão custando R$ 0,85, queda de 12,37% só nesta quinta. As ordinárias, que valiam R$ 17,15, fecharam R$ 3,63, com queda de 16,55% nesta quinta.

 O Tempo

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