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Timóteo: Em Audiência Pública, convocada pelo vereador Douglas, dirigentes de creches e comunidade repudiam atitude do prefeito

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Vereador Douglas provou que o legislativo pode pode produzir resultados e mudar rumos de um governo

O administrador e vereador Douglas Willkys (PSB), incontestavelmente um dos mais atuantes da Câmara de Timóteo, deu uma enorme lição do que pode um legislativo atento aos problemas de gestão do município, ao convocar uma Audiência Pública, que aconteceu na noite desta quarta-feira (14) com a presença da Secretária da Educação e dirigentes de 14 creches da cidade, para debater o aviltante corte de 25% na verba destinada às entidades, proposto pelo prefeito. A iniciativa ousada do parlamentar, que poderia ser estendida a outros assuntos como, por exemplo, as ocupações de áreas públicas e os vendedores ambulantes no Centro Norte,   contribuiu decisivamente para forçar o governo a “repensar” a medida, pelo menos foi o que pareceu, já que a secretária  deixou  o local prometendo uma conversa com o prefeito sobre um assunto que ela deixou explícito acreditar já estivesse  liquidado quando entrou ali.

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Verador Lelé, invocando o passado do prefeito para não acreditar na sua coragem sobre o corte proposto

A Secretária de Educação do Município de Timóteo, Cecília Maria Martins Reis,     teve a duríssima tarefa de comparecer à Audiência Pública convocada pelo vereador, na noite desta quarta-feira, para explicar uma decisão desgastante, a de mexer na verba destinada a entidades que cuidam de crianças. Naquele instante ela experimentou o implacável mandamento eclesiástico “não servirás a dois senhores”. Mesmo como professora e mãe, teria que defender o corte em um setor que merece mais investimento. Não dava para ser secretária e mãe.

 Equilibrando-se entre a arrogância e a polidez, a secretária enfrentou argumentos destinados a contestar a decisão do seu governo. Os ânimos só não foram acirrados devido a recuos estratégicos tanto na fala da secretária quanto dos que defendiam as creches.

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Com uma postura de quem apenas iria comunicar uma decisão e não discuti-la, a secretária viu sua postura se diluir ao longo do debate suscitado pela participação ativa dos presentes àquela Audiência. Se a representante do prefeito, cuja ausência foi duramente criticada, imaginou uma plateia passiva diante de números e acusações a “governos anteriores”, certamente viu-se equivocada no término da reunião.

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Secretária Cecília

Ao dar início à sua fala, a secretária, como se tentasse jogar um balde de água fria sobre o ânimo dos administradores das creches, insinuou que o que  iria tratar ali dizia respeito a uma “decisão já tomada”. Neste momento tiveram início as primeiras manifestações sonoras do público,  de repúdio à colocação da secretária, fato que se repetiria ao londo da exposição da Titular da Educação.

Aparentando convicção sobre o resultado do que iria dizer, a representante do governo iniciou assim sua fala: “Com certeza, depois que eu fizer minha explanação, a gente vai poder conversar melhor…eu vou mostrar para vocês os números e os dados e vocês vão compreender, melhor, qual o motivo e o por que desta nossa decisão”. Afere-se ai que a plateia iria aceitar e ou compreender o afrontoso corte de 25% da verba. O aparente repúdio à intensão da Administração era uma questão de compreensão. Não foi bem assim. As explanações atiçaram a posição contrária dos que estavam a favor do sepultamento da ideia oficial.

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Ela mostrou  números e dados, e os presidentes de creches e outros presentes não compreenderam nem melhor nem pior “os motivos e o por que” da decisão do governo Keisson. Talvez a compreensão tenha sido possível à equipe de governo que estava no local, no sentido de que o vereador Douglas não fizera um bom negócio para a Administração, convocando aquele encontro. Mesmo a um dos membros da equipe, que permaneceu o tempo quase todo colado a um celular, tocando  seu teclado, esta percepção teve tudo para ter acontecido. Cauteloso,  o vereador Douglas Willkys até que evitou alfinetar e manteve uma postura de mediador de um debate que ele mesmo provocou.

Os números apresentados foram confrontados pelo diretor do Sindicato das Entidades Religiosas e Filantrópicas de Minas Gerais, Paulo Henrique. O sindicalista contestou os argumentos da secretária e sugeriu que o governo do município, “caso insista em cortar 25% da verba destinada às creches”, assuma todos os seus serviços. O líder propôs, ainda, que as creches façam uma paralisação em suas atividades como forma de protesto pela medida.

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O Secretário de Governo, Ivo José, passou a maioria do tempo em um celular

A representante do prefeito prosseguiu em sua explanação, já no início, acusando o governo passado de ter deixado quatro parcelas atrasadas do repasse e de que não respeitava a data destes repasses. Mais um pouco e ela usaria a expressão “herança maldita”. A secretária disse que a decisão do corte dos 25% era para ser tomada em maio e que foi sendo protelada até agora. A secretária declarou que o governo do prefeito Keisson fez cortes em vários setores, inclusive aluguéis, declaração que coloca em xeque a anunciada “Bolsa-Aluguel” sugerida no caso da remoção das famílias que ocupam áreas do município no Recanto Verde, Limoeiro e Macuco. Para a secretária só um ser sabe o que está sendo feito para manter em dia o pagamento dos servidores municipais. “Só Deus sabe o que a gente tem feito para manter em dia o pagamento dos servidores desta prefeitura”, disse. “A gente só não corta na água e na luz porque não tem jeito”, afirmou a secretária,  dimensionando a crise do governo a que ela serve. Para Cecília, o maior problema de caixa do governo municipal é decorrente do que ela chamou de “recursos próprios”, a conhecida arrecadação. “São os recursos próprios que estão nos forçando a tomar decisões que não são do nosso agrado”, declarou, fazendo um afago aos presidentes de creches, dizendo reconhecer os esforços deles na administração de suas entidades.

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 Após a explanação, o debate começou e a secretária foi confrontada com uma plateia que tinha bala na agulha. Disparos foram feitos contra a administração e o desgaste do atual governo do município ficou evidente na maioria dos depoimentos das pessoas que se inscreveram. A administração foi acusada de péssima gestora dos recursos públicos e, no momento em que a secretária, em um gesto indelicado, capaz de provocar constrangimento, revelou  quanto determinadas creches tinham em caixa, a representante do prefeito teve que ouvir a sugestão segundo a qual o seu governo deveria seguir o exemplo daquelas entidades com relação ao planejamento dos recursos que recebem.

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O debate seguiu uma linha de hostilidade à atual administração e, ao final da Audiência, não restou  alternativa a secretária senão prometer  conversar com o prefeito sobre a decisão. O gesto, inclusive, deve ter amenizado o constrangimento com que a equipe do governo escalada para acompanhar a secretária, deixaria o recinto, caso se mantivesse a postura inicial apresentada pela titular da educação no começo da reunião. Todo aquele embasamento para sua adoção se esvaiu diante da promessa do contato com o prefeito sobre o corte. O vereador Douglas, não perdendo a oportunidade, disse à secretária que só via uma decisão do prefeito sobre o que foi tratado ali: voltar atrás na decisão do corte dos 25%.

A secretária prometeu uma resposta ao vereador na semana que vem. Certamente, dependendo de qual for a resposta, os presidentes de creches darão uma resposta à secretária em uma semana que virá.

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