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10 anos atrásno
A beleza de um flamboyant no trevo do bairro Primavera vem encantando quem passa pelo local. Foi o que aconteceu com Ennil Cardoso que não perdeu a oportunidade de registrar a imagem da imponência da árvore e enviou ao Blog do Silas, na noite deste sábado (28/11).
Em uma cidade com abundância de imagens como muito lixo, esgotos vazando, postos de saúde sem condições de atender a população, outdoors desengonçados, passeios que agridem a acessibilidade, cadeiras e mesas de bares e lanchonetes expulsando pedestres das calçadas e outros, uma cena como esta é um ópio para os olhos.
Valeu, Ennil!
Originário de Madagascar, o flamboyant (Delonix regia) é considerado uma das árvores mais belas do mundo, devido ao colorido intenso de suas flores. Frondoso, possui tronco forte e um pouco retorcido, podendo alcançar cerca de 12 metros de altura. Sua copa é muito ampla, em forma de guarda-chuva, e pode ser mais larga do que a própria altura da árvore.
O nome, originário do francês, significa flamejante, adjetivo justificado pela acentuada coloração vermelha de suas flores. A árvore, trazida para o Brasil no início do século 19, na época de D.João VI, adaptou-se perfeitamente ao clima e solo brasileiros. Hoje ela é mais comum na região Sudeste, e muito utilizada em projetos paisagísticos, sendo indicada para áreas abertas com grandes espaços que possibilitem seu desenvolvimento.
A cor flamejante que deu nome à árvore, entretanto, não é a única. Há variedades com flores em tonalidades mais claras, como alaranjado-claro e salmão amarelado.
O crescimento é bastante rápido, chegando a 1,5 metro por ano, até a idade adulta.
Quando a árvore perde as folhas, surgem as inflorescências, compostas por flores grandes, o que ocorre na primavera e no verão.
As raízes do flamboyant são bastante agressivas, com parte delas acima da superfície, tornando-o impróprio para a ornamentação de calçadas, ruas ou nas proximidades de tubulações de água, esgoto, paredes e fiação elétrica. Sua beleza se destaca quando plantado, isolado ou em pequenos grupos, em áreas extensas, como parques, praças ou amplos jardins de residências, indústrias e sítios.
Antigamente, o flamboyant era classificado como Poinciana regia, mudou seu nome botânico para Delonix regia: délos = evidente e ónix = unha, em grego, uma referencia ao formato das pétalas. Começou a ser usado no paisagismo intensamente nos últimos 150 anos, especialmente nas regiões tropicais e subtropicais de todo o mundo. As praças e avenidas de Moçambique, Sri Lanka, Burma, Jamaica, Nigéria, Bornéu, África do Sul, Egito, Tanzânia e Uganda se destacam graças à florada dela. Da mesma forma é cultivada no sul da Flórida e da Califórnia, Bermudas, México e aqui no Brasil marca presença inesquecível na Ilha de Paquetá, na Baia de Guanabara, onde o pintor Pedro Bueno dedicou várias telas a essa árvore.
Floresce profusamente quando recebe Sol pleno, competindo com qualquer outra planta que fique sob sua copa, a não ser forrações mais rústicas como grama-preta, wedelia, zebrinas ou o botão-de-ouro (Unxia kubitzkii). O gramado normalmente se apresenta ralo. Sua madeira é pesada (830 kg/m³) e as flores apícolas, se colocadas na água e deixadas na geladeira por uma noite, se conservam mais tempo nos arranjos florais. Um dado curioso que li certa vez: quando se raspa a vagem seca do flamboyant produz um som muito parecido com o do típico reco-reco, comumente usado nos grupos de samba. Será que o flamboyant inspirou nossa música popular?
Texto de coautoria Raul Cânovas e Nancy Thame
Sou Silas Rodrigues, o Silas do Blog, fundador deste site, com quase 15 anos de existência. Gleiziane é minha esposa e repórter fotográfica.