Publicado
9 anos atrásno
Em dezembro de 2012 a dona de casa Maria Aparecida Arantes Souza, moradora do bairro Ana Rita, sofreu uma queda em sua residência e teve o pé esquerdo prensado por uma tábua. Socorrida foi conduzida à Unidade de Pronto Atendimento, a UPA do Olaria.
Aparecida esperava que ali receberia o tratamento irrepreensível de um profissional capaz de diagnosticar o ocorrido e dar o devido tratamento ao caso.
De acordo com descrição da paciente, o médico, à época, cujo nome disse não recordar, afirmou que o que havia acontecido com seu pé era algo simples, talvez uma pequena luxação. Ele garantiu que o membro não havia se quebrado.
Porém, dali para frente a dona de casa passou a sentir dores constantes no membro atingido e a locomover-se com dificuldade. Estes seriam os sintomas que levariam a um descoberta indesejável.
Dois anos se passaram e Aparecida descobriu que a informação que o médico lhe passou naquele 12 de dezembro de 2012, quando foi atendida na UPA do Olaria, não correspondia com a verdade. Um filho, vendo que a situação da mãe piorava, e que a perna e o pé esquerdos estavam deformados, decidiu, então, submetê-la a um exame particular. Qual foi a surpresa? O “simples” daquele médico revelou-se não ter sido tão simples. “Irregularidade óssea envolvendo o cubóide, o unciforme lateral e o intermédio do pé esquerdo, podendo estar relacionado a fratura prévia. Observa-se, ainda, redução da amplitude das fendas articulares tarsometatarsianas notadamente entre o 3º, 4º e 5º metatarsos com os ossos tarsais. Retificação do arco plantar”, descreveu o médico em um laudo que a paciente guarda consigo.
Aparecida revelou que, em função do que ela chamou de “erro médico”, não tem mais firmeza na perna e, vez ou outra, sofre queda em razão disso. Um caso recente de queda, segundo ela, foi no casamento, há poucos dias, do seu filho. Outra vez foi ao embarcar em um ônibus da linha municipal. “Eu esqueci e firmei com a perna deformada e caí”, contou emocionada.
Se o caso teve um tratamento inadequado, o elementar seria que o “erro” ou “equívoco” fosse reparado prontamente pelo órgão público. Mas não foi isto que ocorreu. O descaso com a moradora do Ana Rita teve outro capítulo.
Ao descobrir que o pé havia sido quebrado e o osso colocado de forma indevida, o médico que constatou a ruptura recomendou uma cirurgia. Começava, ai, a batalha da paciente pela realização do recomendado. De acordo com Aparecida, há cerca de um ano ela vem pleiteando, junto à prefeitura, a marcação da cirurgia, que é realizada somente em Belo Horizonte. A dona de casa afirmou que já recorreu à prefeitura e eles “só enrolam”. Ela destacou que todas as vezes que vai ao local responsável pelo atendimento ao seu caso (TFD – Tratamento Fora de Domicílio) eles prometem que a cirurgia vai ser feita. Até hoje o prometido não se concretizou e a paciente vem sofrendo o desconforto gerado pela situação. “Meus papéis já estiveram nas mãos do prefeito Keisson que nenhuma providência tomou”, disse Aparecida.
Aparecida está revoltada com o que ela chamou de “jogo de empurra-empurra” enquanto seu problema vem ganhando dimensões maiores, fora a incerteza quanto à realização da cirurgia.
A filha está unindo forças com a mãe na esperança de que a perna atingida tenha seu devido tratamento “antes que ocorra coisa pior”. Geralmente castigo é para quem comete o erro e não para a vítima dele. Ou é coisa da cidade da gente?
Sou Silas Rodrigues, o Silas do Blog, fundador deste site, com quase 15 anos de existência. Gleiziane é minha esposa e repórter fotográfica.