Polêmico, responsável por acaloradas discussões e
comentários, o divórcio será o tema da próxima Escola Bíblica Dominical,
atividade tradicional nas Assembleias de Deus de todo Brasil e em outras
denominações.
“Acho que vai ser um dos domingos com maior frequência na
Escola Dominical deste ano”, disse um importante líder do setor de uma das
igrejas do Ministério Adão Araújo, em Timóteo.
“Por ser algo traumático, o divórcio é sempre um assunto
difícil de ser tratado. Existem pessoas que não o aceitam em nenhuma condição.
Há pessoas que, sob determinadas circunstâncias são favoráveis, e há até os que
buscam base nas Sagradas Escrituras para admiti-lo em qualquer situação”,
escreve o comentarista, Elinaldo Renovato, logo na introdução.
Renovato, economista e pastor-presidente da Assembleia de
Deus em Parnamirim-RN, sob a perspectiva do antigo e novo Testamentos, expõe o assunto em seis páginas, na revista do mestre,
e diz que um dos objetivos da lição é “defender como padrão o ensinamento de
Jesus sobre o divórcio”.
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Pr. Elinaldo Renovato. |
Antes dos comentários, Pr. Elinaldo recomenda cautela aos
professores na hora da exposição do assunto. “Prezado professor, divórcio é o
tema da lição desta semana. É um assunto laborioso para se desenvolver. Por
isso, tenha muita atenção e cuidado ao tratar desse tema, pois é possível que
exista alguém nessa situação em sua classe. Lembre-se que o objetivo de ministrarmos
essa lição é o de descrever o que as Escrituras Sagradas têm a falar sobre o
assunto. Assim, teremos o respaldo bíblico para agirmos quanto à realidade do
divórcio na igreja local. No decorrer da lição procure enfatizar que no projeto
original de Deus não havia espaço para o divórcio”.
Em Timóteo existem
alguns Ministérios que tratam radicalmente o assunto, não levando em
consideração as causas do divórcio. Em dois deles, por exemplo, os divorciados
não podem exercer nenhuma atividade na igreja e, sequer serem membros,
recebendo o mesmo tratamento dispensado aos visitantes. A situação só muda caso o
divorciado ou a divorciada não se casarem e não namorarem ou se seus
respectivos ex-cônjuges falecerem. Um outro Ministério, nesta mesma cidade,
reviu sua prática quanto aos divorciados e abriu mão para que eles se fizessem
membros, devido à dificuldade que estava encontrando em conseguir novos e
manter os que estavam se divorciando.
“Precisamos tratar cada caso de modo pessoal sempre em
conformidade com a Palavra de Deus”, escreveu o comentador em sua conclusão
sobre o divórcio, ato que ele definiu como “extremo”, na lição do mestre, de
onde baseamos esta publicação.
O assunto deverá mesmo, acirrar ânimos. Na Assembleia de
Deus do bairro Olaria, por exemplo, na escola de cerca de dois domingos atrás,
uma discussão sobre o assunto deu o tom do que poderá ser o clima do próximo
domingo. Uma aluna e um professor travaram um debate com promessa de
interminável exposição de motivos e base bíblica de um lado e de outro.
Como as mentes “férteis” não param de produzir, há os que dizem apostar na possibilidade de algumas igrejas adotarem no próximo domingo o recurso da classe única, onde apenas um professor tem a oportunidade de lecionar.
Se você for na próxima Escola Dominical por curiosidade
aproveite para ir nas demais e, quem sabe, até matricular-se.