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10 anos atrásno
A liderança do Pr. José Jorge, o Juca, regional do Petrópolis, em Timóteo, não ficou abalada com o episódio que o envolveu no início do ano e que culminou na sua deposição do cargo por um período curto, pouco mais de 24 horas. A certeza de que a ação poderia ser um tiro no pé fez seus autores mudar de ideia, também.
A constatação foi feita na noite desta quinta-feira, quando na congregação do bairro Petrópolis, sede da região, o religioso foi homenageado pelo seu aniversário, cuja data oficial foi no dia anterior.
A maioria absoluta dos pastores que prestigiaram Juca foi da região sob sua liderança. Dos que não pertenciam ao setor, apenas dois estiveram presentes: o Pr. Carmo Matias, regional do bairro Alvorada, e o Ev. Marcos Antônio Aguiar, representante do Pr. Helciley, regional do Ana Rita. Além dos dois, outro que não era subordinado ao homenageado e que o prestigiou, foi o presbítero da Igreja Presbiteriana e vereador, Douglas Willkys. Fora do púlpito estavam o Pb. Deywison e a esposa Sirlene, o Pb. Egídio, também com a esposa, e o cantor Marcos Karan, sobrinho do Pr. Juca, filho da sua irmã Dalventina, já falecida.
Centenas de fiéis oriundos de Jaguaraçu, Lagoa do Pau, Salvador Gomes e outras localidades adjacentes lotaram o templo e sublinharam o prestígio e a popularidade do homenageado. Quando chegaram ao local, estes fiéis o fizeram como se ali estivessem erguendo um troféu em reconhecimento ao seu pastor. Passos apressados, parece que previam não encontrar lugar ideal no templo para participarem do culto se caminhassem de modo contrário.
Antes de inciar o culto, por volta das 19h, quem chegava ao templo era recebido pelo aniversariante. Fazendo questão de cumprimentar um por um dos que chegavam, Juca demonstrou seu carisma e estampou um dos motivos da força de sua liderança junto àquelas ovelhas. Cada aperto de mão que dava em um fiel era um abraço que ele recebia, daqueles apertados e não daqueles que apertam com a força de uma hipocrisia concebida pela onda farisaica de fingidos tupiniquins. A poeira da rua onde a congregação está erguida não espantou o líder que preferiu apertar mãos dos que se aproximavam. De terno eram cumprimentados, mas os sem essa indumentária o eram com igual intensidade. Se o recepcionista tinha algo para dizer a quem chegava de carro, tinha, também, para quem teve em em uma bicicleta ou a pé a única forma de se deslocar até o templo.
José Jorge, assim que percebeu que um número de convidados havia adentrado o templo e estes já estavam devidamente acomodados, dirigiu-se para o púlpito. O condutor da homenagem foi o Ev. Daniel Gonçalves.
Juca, que dividiu o tempo com a atenção com o que acontecia no púlpito e na nave do templo, de onde sorria e acenava para amigos, assistiu a um desfile de gestos carinhosos encenados por seus liderados, alguns dos quais o chamaram de pai. Crianças, adolescentes, jovens e anciãos fizeram coro na manifestação de apreço ao pastor que tem cheiro de povo e é capaz de abrir mão de certas poses para estar junto com ele. O bigode hirsuto do homenageado não mete medo e sua voz serena afugenta quem tem medo de homem com bigode.
Evangelista nato, pastor Juca é emotivo e, no final, quando assumiu os microfones para fazer seus agradecimentos, se policiou para não chorar. Mesmo assim não conseguiu esconder sua emoção que não foi provocada pelos envelopes mas pela manifestação de uma igreja que parece exaltar seu líder em qualquer ocasião e não uma vez por ano.
Sou Silas Rodrigues, o Silas do Blog, fundador deste site, com quase 15 anos de existência. Gleiziane é minha esposa e repórter fotográfica.