Ligue-se a nós

Notícias

TENSÃO NO TEMPLO DA IGREJA DO EVANGELHO QUADRANGULAR DO BAIRRO PRIMAVERA, EM TIMÓTEO. ASSISTA AO VÍDEO.

Publicado

no

Compartilhe esta publicação

IMG_1843

 A direção da Igreja do Evangelho Quadrangular, cujo fundador, o Pr. Mário de Oliveira, renunciou, recentemente, ao cargo de Deputado Federal, reagiu à dissidência de algumas importantes e influentes lideranças do seu quadro de pastores na região metropolitana do Vale do Aço, ameaçando sua condição de uma das mais fortes correntes religiosas existentes no leste mineiro.  Um grupo de pastores, liderados pelo também pastor Renato Martins, de Coronel Fabriciano, há menos de 30 dias, decidiu deixar a denominação e fundar a CIA (Centro Internacional de Avivamento). O número de adesões ao projeto de Renato vem crescendo e a tendência, conforme avaliação de um dos pastores da nova sigla, é de assustadora expansão, em função, até, da ofensiva desencadeada pela direção da Quadrangular, diante da situação. Entre os que deixaram a IEQ para fazer parte da CIA, estão lideranças de Timóteo. Vários pastores se desligaram da denominação e levaram seus fiéis consigo para a igreja fundada pelo pastor fabricianence. As razões para a saída do grupo das hostes da Quadrangular ainda não foram plenamente esclarecidas mas, aos poucos, alguns dos pastores que deixaram a igreja, vão se manifestando. Alguns deles, como o próprio Renato, acusam a direção da Quadrangular de “visarem apenas lucro”. Estes, conforme dizem, não estão mais dispostos a alimentarem a “ganância” dos dirigentes da igreja liderada pelo ex-Deputado.

IMG_1837

DSC00476_800x600

Cúpula da CIA.

DSC00482_800x600

DSC00488_800x600

  A ofensiva da direção da Quadrangular, no Vale do Aço, atingiu a cidade de TimóteoNesta quarta-feira, um princípio de tumulto impediu que o culto da CIA,  que era realizado no templo da Igreja do Evangelho Quadrangular, no bairro Primavera, prosseguisse. No local estavam mais de cem fiéis, entre eles adolescentes, crianças e idosos. Conforme nos contaram, uma senhora passou mal e teve que ser retirada do recinto.  Segundo disseram à nossa reportagem, que foi chamada para cobrir o fato, a pastora Márcia Peronzini, coordenadora das Igrejas do Evangelho Quadrangular, na Região Metropolitana do Vale do Aço, chegou no templo, acompanhada de mais sete pessoas, na sua maioria também pastores da denominação, de Ipatinga, quando teria impedido a continuidade do culto.  e “ameaçado” retirar o pessoal do templo. Márcia, ainda de acordo com a informação colhida entre os fiéis e confirmada pelo pastor responsável pela CIA, do bairro Primavera, João Carlos, estava ali para exigir que os congregados desocupassem o templo, já que a direção daquela igreja, junto com os membros, reunidos em uma assembleia há duas semanas, renunciaram à condição de ovelhas da Quadrangular. Márcia, que em determinado momento chegou a sorrir, como se debochasse da situação, não achava justo que, uma vez desligados da denominação presidida pelo Pr. Mário de Oliveira, aquelas pessoas fizessem uso do templo para seus cultos. Ali, valia, para a pastora, a força de uma condição do ex-liderado seu e não o resgate de vidas que poderiam se escandalizar com o fato que, por pouco, não desembocou em vias de fato.

DSC00549_800x600

Pr. João Carlos, da CIA, de Timóteo. Ao lado, Pra. Márcia Peronzini.

DSC00565_800x600

Pr. João Carlos exibe documento onde lhe fora garantido poder permanecer no templo por mais sete dias.

DSC00630_800x600

Pr. Renato, ex-Quadrangular, fundador da CIA, e que falou com nossa reportagem.

Procurada, a pastora, que invocava o cumprimento de uma decisão, não quis falar sobre a acusação, dizendo que o advogado dela era Jesus e que não precisava se defender. Diante da sua resistência em falar, um pastor que a acompanhava, Vildson, se prontificou a  pronunciar. Ele defendeu a imediata retirada do pessoal do templo, contrariando sua versão para a presença da comitiva de Ipatinga, no local. O pastor, que resistiu em se identificar, disse que eles estavam ali para a realização de um culto, ignorando, assim, que no local já estava uma comunidade reunida e um pastor em plena reunião, o que dispensava a presença de outros celebrantes. Ele revelou que o pastor, o responsável pela, agora, ex-Quadrangular do bairro Primavera, havia assinado um documento de renúncia como pastor da igreja e que, como tal, não podia usar o templo da denominação. João Carlos se defendeu dizendo que não estava negando devolver o templo e seus pertences, apenas usufruindo do prazo de sete dias que lhe fora assegurado, em documento, durante o qual poderia permanecer no local, o que não estava sendo respeitado por parte da direção regional da Igreja do Evangelho Quadrangular, signatária do documento. Márcia Peronzini, que por várias vezes, durante o tumulto atendeu ao celular, não explicou porque não obedeceu ao prazo dos sete dias acordado para que os fiéis do Primavera continuassem a fazer uso do templo. “Nós não temos lugar para irmos e, como já tem 13 anos que a comunidade se reúne aqui ela tem direito. Foi a comunidade que construiu tudo isto”, disse João Carlos, em resposta ao Pr. Vildson, que insistia na desocupação do prédio.


Enquanto as partes não chegavam a um acordo, jovens, adolescentes e idosos se manifestavam exigindo o cumprimento do prazo para que pudessem continuar a usar o templo. Alguns chegaram a falar com nossa reportagem, reclamando da forma como foram tratados pela direção da Igreja do Evangelho Quadrangular, no Vale do Aço. Segundo eles, ações truculentas haviam sido empreendidas por parte da direção da IEQ, em algumas congregações da região, que decidiram abandonar a denominação e aderiram à CIA.

Chamados para conter os ânimos, os Policiais, presentes, tentavam conduzir as partes conflitantes a um acordo. O que conseguiram, até certa altura, foi evitar um tumulto de proporções maiores. Os dois grupos encenaram parar na delegacia. Desistiram e continuaram no templo, mantendo distância entre si. A presença de um indivíduo que se identificou como Militar na equipe da Pra. Márcia, acirrou alguns ânimos.

O responsável pela CIA, do Primavera, Pr. João Carlos, aproveitando um momento de calma dos membros, se dirigiu a eles, explicando a situação e reiterando que não negava devolver o templo, apenas exigia o cumprimento do prazo acertado com a direção da denominação à qual pertenceu durante 15 anos, de poder utilizar as dependências do templo para os cultos da sua nova sigla denominacional. Ao tentar se dirigir ao mesmo grupo, pastora Márcia foi hostilizada. Revoltados, os fiéis se levantaram, cantando, e a líder da IEQ não conseguiu  falar o que pretendia. Sua reação foi de silêncio diante do constrangimento.

Nossa reportagem, ao ouvi-la sobre o gesto daquelas pessoas, apurou que Márcia iria se justificar. Segundo a líder, o Pr. João Carlos, “há tempo”, estava preparando o povo para aquele tipo de manifestação.

DSC00635_800x600

As partes chegaram a um entendimento, com a intermediação do Subtenente Manoel

DSC00656_800x600

Como ninguém chegava a um entendimento sobre a demanda, e a impressão que se podia ter era de recrudescimento entre as partes, com o passar das horas, um Militar, o Subtenente Manoel, foi chamado ao local para reunir com os grupos conflitantes. Em uma sala ao lado do templo, por cerca de uma hora, Pr. João Carlos e a pastora Márcia Peronzini, com mediação do Policial, buscaram um entendimento. Enquanto se reuniam, chegou ao local o Pr. Renato Martins, fundador da CIA. Visivelmente transtornado, Renato, que se continha, falou com nossa reportagem. Muito aplaudido, enquanto dava a entrevista, o líder desabafou e disse que fora acusado, pela direção da Igreja do Evangelho Quadrangular, de ter roubado som. Renato não deu detalhes da acusação que fizeram contra ele.

  No final, o acordo saiu e a decisão, aprovada pelos fiéis que não arredavam pé do templo e estavam preparados para “o que der e vier”, foi no sentido de que  os fiéis da  CIA continuarão a usar o templo da Quadrangular até o próximo 30 de agosto, após o que estarão indo para outro local, provavelmente no bairro Primavera, em endereço que será divulgado.

“Isto é normal. O Pastor João Carlos (CIA) e a pastora Márcia (Quadrangular) são pessoas de Deus. O que houve foi um mal entendido”, disse, sorrindo, o mediador, Subtenente Manoel, membro da Igreja Batista, já na viatura Policial, deixando o templo, na Rua Sempre Viva. 

Os fiéis da CIA, que chegaram a cantar durante os momentos de tensão, não se intimidaram e permaneceram dentro do templo até por volta das 22h20. Inúmeros deles falaram com nossa reportagem, mostrando indignação e revolta com a equipe de Ipatinga, liderada pela Pra. Márcia Peronzini.

Continuar Lendo