Em Timóteo. No meio do caminho, na rua Ana Malaquias, no Nossa Senhora das Graças, tem dois postes. Tem dois postes no meio do caminho da Ana Malaquias

Os dois postes no meio da rua

Os moradores do final da rua Ana Malaquias, no bairro Nossa Senhora das Graças, também conhecido como “Cirilo”, estão revoltados com a situação degradante da via, que chega a ser deplorável e conspirar contra o mínimo de respeito às suas condições de cidadãos e pagadores de impostos. O que se vê ali é de dar azia em uma caixa de sonrisal. Muita poeira, mato e outros infortúnios. A escadaria que serve os moradores de parte da rua foi construída por eles, de acordo com informações que uma senhora nos prestou.

A indignação tem outro componente, além das condições da rua. No meio dela existem dois postes de iluminação pública, cuja remoção já foi pleiteada pelos moradores diversas vezes. O obstáculo que inspirou o poeta Carlos Drumond Andrade, ” a pedra no meio do caminho”, parece ter sido bem menor do que o enfrentado por aqueles cidadãos e cidadãs. Drumond tinha a inspiração e aquele povo tem a revolta. Drumond se inspirou no natural e os moradores dali correm da inspiração que coisa bizarra com aquilo pode causar.

Conversando com várias pessoas residentes naquelas imediações, o Blog do Silas captou a indignação daqueles moradores. Enquanto fotografávamos a via, uma senhora, bastante revoltada,  falava em tom nervoso tudo que ela sentia com relação ao problema. Ela, indignada, definia os políticos com termos não publicáveis, aos quais creditava a permanência do sofrimento dos habitantes daquele trecho da rua. Outro morador disse que convive com a situação há dez anos e que “ninguém, neste período fez alguma coisa por eles”.

Quando estávamos saindo do bairro, concluindo nossa reportagem, outra moradora nos abordou e fez coro com as reclamações dos seus vizinhos, acrescentando que os impostos chegam “mas os benefícios nunca”. Ouvimos a senhora com atenção e aferimos que sua revolta em nada era menor do que aqueles outros moradores que nos convidaram para irmos registrar o que eles estão vivendo.