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11 anos atrásno
Uma bala que chupou na escola onde estudava, na tarde desta terça-feira (19) pouco antes de passar mal, vem intrigando familiares e amigos do garoto Thiago Araújo da Silva, que completou 6 anos dia 8 passado. Thiago contou para o pai, pouco antes de morrer, o Pr. Adevair, responsável pela Assembleia de Deus da localidade conhecida como Prainha, região de Antônio Dias, que tinha chupado uma bala “azul, em forma de uma bombinha”, que lhe foi oferecida por um amiguinho de escola, em Antônio Dias. Ele disse, ainda, que depois de ter chupado a bala começou a sentir mal.
Esta versão vem sendo comentada na cidade e nossa reportagem conferiu com a mãe do garoto que confirmou as palavras do filho, ditas ao pai antes de falecer.
Com os pais, o Pr. Adevair e Edna, em 2012, quando eles eram os responsáveis pela Assembleia de Deus do Licuri, em Timóteo.
O fato ocorreu por volta das 14h. A criança começou a sentir mal no horário do recreio. Enquanto era socorrido, o menino vomitou e caiu. A família foi comunicada e o garoto faleceu no posto de saúde de Antônio Dias, onde, segundo a mãe, chegou com todos os sinais vitais ativos.
Edna contou que Thiago nasceu com cardiopatia dilatada congênita, que é uma anormalidade da estrutura ou função do coração, mas que a criança estava bem. “Ele estava bem. Há dois anos que não era preciso interna-lo. Ele (Thiago) disse que chupou uma bala, vomitou e começou a passar mal”, contou a mãe emocionada.
De acordo com Edna, em função da informação do filho sobre a bala, a Polícia Militar compareceu ao local onde Thiago estudava e lavrou um boletim de ocorrência. Diligências estarão sendo feitas. O resultado do laudo pericial deverá sair em 30 dias, quando será revelado se a morte do garoto tem relação com a bala que chupou ou com a enfermidade que sofria, descoberta quando ele tinha 6 meses de idade.
Sob forte comoção o corpo de Thiago foi recebido na tarde desta quarta-feira no templo da Assembleia de Deus do bairro Ana Rita, em Timóteo. Uma multidão aguardava a chegada do caixão. No momento em que a funerária chegou ao local, a comoção foi geral e diversas pessoas tiveram que ser amparadas. A avó materna do garoto, debruçou-se sobre seu corpinho e o acariciava dizendo-lhe palavras afetuosas. Ela lembrava de momentos felizes que o netinho lhe proporcionara em vida. Era comum ouvir pessoas expondo inconformidade com a morte súbita e precoce da criança. Os amigos e familiares pareciam não acreditar no que estavam presenciando.
O velório durou pouco mais de uma hora. Às 16h o corpo foi conduzido para o cemitério Jardim da Saudade, onde foi sepultado.
Se ficar confirmado que a bala que Thiago chupou foi, de fato, a responsável pela sua morte, não será este o único caso do tipo que se tem notícia no Brasil. Em junho de 2012 a Polícia Civil do Maranhão passou a investigar a morte de uma criança de seis anos – a mesma idade do Thiago – que passou mal logo após ingerir uma bala dada por um homem, na vila Nenzin no município de Barra do Corda (MA), a 437 km de São Luís.
Segundo relato de moradores, essa seria a 9ª morte em circunstâncias similares em menos de um ano na vila, o que deixou a comunidade assustada. Em abril, duas irmãs, de quatro e seis anos, também morreram após chuparem pirulitos supostamente envenenados. Outros casos também foram relatados por vizinhos. Em todos eles há suspeita de envenenamento.
Segundo a polícia, a criança que morreu passou mal após comer uma bala supostamente dada por um amigo da família da criança. “O material consumido já foi apreendido e encaminhado para perícia no Instituto de Criminalística de São Luís, junto com o corpo da criança, que vai passar por autopsia no IML [Instituto Médico Legal] da capital”, contou ao UOL o escrivão Marcos Aurélio.
Ainda segundo a polícia, a criança passou mal logo após ter chupado o doce, ela chegou a ser encaminhada para o hospital municipal, mas morreu instantes após ser internada. O acusado de dar a bala a criança será ouvido nos próximos dias.
O escrivão contou que apesar da suspeita de envenenamento, apenas o laudo vai confirmar se essa e as outras mortes foram por intoxicação.
O Conselho Tutelar de Barra do Corda informou que soube da nova morte nesta segunda-feira (4) e que não iria se pronunciar sobre o caso até ter todas as informações. O conselheiro Genésio Almeida confirmou que há informações de mortes de várias outras crianças na Vila Nenzin, mas só poderia dar informações após conversar com os demais conselheiros tutelares.
Sou Silas Rodrigues, o Silas do Blog, fundador deste site, com quase 15 anos de existência. Gleiziane é minha esposa e repórter fotográfica.