Ligue-se a nós

Geral

Celular proibido nas escolas: o que muda

Publicado

no

crédito: Giulia Granchi/BBC News Brasil
Compartilhe esta publicação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nessa segunda-feira (14/1) a proibição do uso de aparelhos celulares por alunos nas escolas públicas e privadas de todo o Brasil.

O uso de smartphones está no centro de um debate global sobre os impactos no desempenho acadêmico, desenvolvimento de habilidades cognitivas e na saúde mental de crianças e adolescentes.

A nova lei pretende equilibrar os benefícios e prejuízos do uso desses dispositivos, especialmente em salas de aula. Ela prevê:

  • Uso do celular proibido em sala de aula, no recreio e nos intervalos de aula e em todas as etapas da educação básica (educação infantil até o ensino médio)
  • Telas permitidas para fins pedagógicos sob orientação de educadores, ou para casos de acessibilidade e inclusão de alunos com deficiência;
  • Uso permitido em situações de estado de perigo, estado de necessidade ou caso de força maior;
  • As redes de ensino e as escolas devem desenvolver estratégias para abordar a saúde mental dos estudantes, além de oferecer treinamentos periódicos para detectar, prevenir e lidar com os sinais de sofrimento mental e os impactos do uso excessivo de telas;
  • Todos os alunos poderão portar o celular, mas não podem utilizá-lo;

A lei não prevê nenhum tipo de sanção específica aos alunos que a descumprirem, mas empodera as escolas para ter mais controle sobre o uso dos aparelhos.

Como será a aplicação da lei em 2025?

O início da lei não significa que o que acontece nas escolas – tanto por parte dos alunos quanto dos educadores – mudará instantaneamente.

Em dezembro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sancionou lei aprovada por unanimidade na Assembleia Legislativa do estado (Alesp) em novembro, tornando São Paulo o primeiro estado a implementar a proibição.

Escolas particulares que já adotaram a medida ficam mais confortáveis

Quem tem mais recursos têm também mais liberdade para explorar soluções que mantêm os alunos longe da tentação das telas. É o caso do Colégio Porto Seguro, particular, que impõe uma regra interna de não uso de telas – mesmo durante intervalos – há seis anos.

Em conversa com a reportagem, Meire Nocito, diretora institucional educacional do colégio, diz que o segredo é o espaço de diálogo direto com os alunos, sobretudo com aqueles que demonstram mais resistência em ficarem afastados do celular.

“Os alunos já estavam tão focados no celular durante os intervalos que pararam de interagir socialmente ou brincar entre si. Por isso, implementamos o ‘detox’ às sextas-feiras, um dia em que eles deixavam os celulares de lado nos intervalos para brincar e participar de atividades recreativas, esportivas e culturais.”

Depois, a regra passou a valer para todos os dias. E mesmo com uma infraestrutura completa, com quadras, laboratórios e salas de música, os alunos puderam oferecer atividades que, em sua visão, poderiam ajudá-los a ignorar as telas.

“Independentemente das atividades que já oferecemos, eles começaram a apresentar suas próprias ideias. Foi assim que surgiram propostas como oficinas de cupcakes, contação de histórias e ateliês de artes.”

Estado de Minas.

Continuar Lendo
Clique para comentar

Deixe uma Resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *