‘Reclamação é ferramenta de otário”. Esta é uma das frases preferidas do deputado Paulo Maluf. E existe alguém que acredita que, melhor do que manusear esta “ferramenta”, muito utilizada em Timóteo nos últimos dias diante da morte de inúmeros jovens, é melhor acatar o conselho de Pitágoras quando prega“Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos.”
Em Timóteo, leste de Minas Gerais, duas professoras aposentadas tiveram uma ideia genial, coisa de mestre. Há cerca de um ano as amigas Cleria e Marisa, auxiliadas por outra amiga, Walquíria, vêm dedicando parte dos seus sábados à execução de um projeto, denominado Literatura na Praça, que consiste, basicamente, na exposição de literatura infantil em praças e logradouros públicos da cidade. O material, durante duas horas, fica à disposição da criançada e seus pais, para leitura e apreciação. Em muitos casos, as próprias crianças têm a iniciativa de se aproximarem do estande de livros para manusearem aqueles exemplares que mais lhe chamam a atenção. As professoras não cobram nenhuma taxa pelo benefício prestado às crianças. Os livros, são devolvidos, após a leitura, retornando para o acervo das duas irmãs que disseram possuíram um total de 80 livros, adquiridos ao logo dos anos que lecionaram. O material exposto contém obras de interesse dos pais, não ficando restrito apenas às crianças.
A inciativa das professoras é uma versão mais abrangente do Projeto “Bom, bom ler”, que era executado na época em que elas lecionavam. Os pais eram convidados, uma vez por ano, no mês de maio, para visitarem a biblioteca da escola onde as crianças apresentavam dramatizações baseadas em algum episódio de um dos exemplares do acervo da biblioteca. Aposentadas, as professoras decidiram disponibilizar o material que adquiriram ao longo dos seus anos de magistério ao público e entenderam que as praças e logradouros da cidade seria um ótimo lugar para tanto. Inicialmente elas se limitavam a uma do bairro Bromélias, onde residem, mas, recentemente, decidiram que levaram a ideia para outros bairros da cidade.
Na tarde de ontem, o Projeto Literatura na Praça esteve aberto á população na praça do bairro Olaria, pela segunda vez este mês. Diversos, pais e avós aproveitaram a iniciativa para lerem para os filhos netos as historinhas que maioria deles mesmo escolhiam na estante fixada no local. Os que tiveram contato com o um projeto pela primeira vez não escondiam a surpresa agradável diante de uma ideia tão brilhante, fruto de uma visão formidável das professoras do bairro Bromélias.
Cleria e Marisa estão em entendimentos que a Fundação Aperam no sentido de que a instituição inclua em seu catálogo cultural o Projeto Literatura na Praça. ‘Satisfação de ver as crianças lendo. Hoje em dia está muito difícil uma criança pegar um livro para ler, com esta questão da internet. A meninada está ficando só na internet, na televisão. A gente quer que as crianças viagem no mundo da imaginação”. Esta foi a resposta de Cleria ao ser perguntada o que ganha com o trabalho de todo sábado se deslocar de sua casa e dedicar duas horas em uma praça para dar fôlego ao seu projeto. A professora garantiu que a ideia é inédita e que não foi baseada em nenhuma experiência de outra cidade. “Foi uma ideia da gente. Não procuramos saber se existe alguma coisa parecida com o que fazemos. é ideia nossa, disse Cleria, que prometeu estar divulgando os locais onde estarão nos próximos sábados.
Contato com as professoras e mais detalhes do projeto https://www.facebook.com/pages/Literatura-na-Pra%C3%A7a/700969266636829?fref=ts