Um homem de 24 anos, ativista conselheiro da causa LGBTQIA+, é acusado de assediar sexualmente um adolescente de 13 anos no banheiro de um shopping no bairro do Gonzaga, em Santos, no litoral de São Paulo, na noite da última quinta-feira (6/6).
Segundo a mãe do garoto, Talita Santos, o filho falou “eita” na cabine do banheiro ao fechar a porta com força, o que causou um barulho muito alto. Nesse momento, o suspeito apareceu e chamou o menor para conversar.
“Ele o imitou, então meu filho falou ‘oxe’? Como se tivesse perguntado quem é. Foi aí que o homem perguntou se podia fazer um boquete nele”, disse a mãe.
Talita afirmou que ficou sabendo do assédio depois que o filho saiu do banheiro e contou o que havia ocorrido. Ela chamou os seguranças do shopping e esperou o homem sair.
A mãe do jovem disse que o suspeito demorou para deixar o banheiro, mas ao deixar o local disse: “Não, não falei nada, não. Quantos anos teu filho tem?”. A mãe contou que, enquanto a polícia era acionada, o homem tentava negar as acusações usando o que ela chamou de “poder de persuasão”.
Com a chegada dos policiais, os envolvidos foram encaminhados para o 7º Distrito Policial (DP), onde o menino foi ouvido e a mãe registrou um boletim de ocorrência. O homem que o assediou foi liberado.
Revoltada com a situação, Talita gravou o rosto do homem e conversou com funcionários de lojas no shopping, que disseram que ele já é conhecido por assediar pessoas dentro do banheiro.
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Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso foi registrado como tentativa de estupro de vulnerável na DDM de Santos: “Detalhes serão preservados por envolver menor de idade e por se tratar de crime sexual”, completa a nota.
Ao portal G1, o suspeito negou ter tido intenção de causar constrangimentos a alguém e classificou o que disse como uma piada idiota. Ele integrava o Conselho Municipal de Políticas LGBT+ de Santos (ConLGBT)
“Eu fiz uma piada idiota, dentro da minha cabine e sem ver o rapaz [como foi confirmado pela própria mãe]. Não faz nem sentido eu oferecer ou pedir o que quer que seja para alguém que eu nem vi”, afirmou.
Ele alega que não chegou perto do adolescente e nem tocou no rapaz.
Já o Conselho Municipal de Políticas LGBT+ (ConLGBT) informou que o conselheiro se desligou do movimento e pediu para que o “suposto comportamento criminoso” não seja relacionado “com a orientação sexual do seu eventual autor e, muito menos, com toda comunidade LGBTQIA+”.
Ativista foi candidato a vereador
O ativista investigado foi candidato a vereador em Santos nas eleições de 2020.
Segundo divulgou nas redes sociais, o investigado começou a militar pelas causas sociais em 2017 em uma escola estadual da cidade. Ele presidiu o grêmio estudantil por dois anos e chegou a ser eleito para a presidência e vice-presidência de movimentos LGBT+.
Engajado nas redes sociais, o ativista se candidatou a vereador de Santos em 2020 pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Ele participou de uma candidatura coletiva, com um grupo de pessoas, mas não foi eleito.
Por Metrópole.