Caso, ainda assim, ela não aumente o consumo de líquidos, poderá sentir mais sonolência e até um aumento da frequência cardíaca, já que o calor provoca uma dilatação dos vasos sanguíneos. “Isso leva a uma queda de pressão arterial, e o coração tenta compensar [batendo mais rapidamente]”, diz Morinaga, do Sírio-Libanês.
O mais esperado, explicam os médicos ouvidos pelo g1, é que os adultos saudáveis percebam esses sinais, sintam sede, bebam água e resolvam o quadro de desidratação leve.
O protocolo é diferente para quem tem problemas cardíacos (pode haver sobrecarga do coração), renais (a capacidade de filtragem do órgão fica comprometida) e pulmonares (a oxigenação do sangue é prejudicada). Nesses casos, é preciso procurar orientação de um especialista.
➡️E atenção: quando alguém apresenta sintomas como diarreia ou vômito (por intoxicação alimentar, por exemplo), pode haver perda não só de água, mas de eletrólitos (sais). Bebidas isotônicas (como aquelas ingeridas por atletas) ou soro caseiro podem ajudar a melhorar o quadro. Se o paciente não conseguir beber nada, deverá ir ao pronto-socorro para, caso haja necessidade, receber uma hidratação endovenosa.
3- E em crianças e idosos? Por que a desidratação é mais preocupante?
O endocrinologista Ricardo Barroso, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo – SBEM-SP, explica por que a desidratação é mais preocupante entre crianças e idosos. Veja o infográfico abaixo, com os sintomas:
Sintomas da desidratação — Foto: Max Francioli/arte g1
👧Bebês e crianças: Eles podem não demonstrar sede — seja por ainda não falarem ou por estarem distraídos com as brincadeiras do dia a dia. Além disso, “esse grupo tem a superfície corpórea proporcionalmente maior que a dos adultos”, afirma Pompilio, do Hospital das Clínicas. “Isso aumenta a facilidade de perder líquido.”
👴Idosos: “Os sinais corporais na terceira idade são mais falhos: os velhinhos não têm percepção de sede. Isso acontece por causa do sistema nervoso central, que perde o sensor de leitura de quando estamos hidratados. Vamos perdendo essa sensibilidade com o tempo”, diz Barroso.
Por isso, é importante que haja sempre alguém monitorando a cor e a frequência da urina dos idosos. Os outros sintomas (como cansaço e confusão mental – veja o infográfico acima) demoram mais para aparecer. “São sinais tardios. Precisamos deixar sempre duas garrafas de água à disposição, para evitar a desidratação”, explica o endocrinologista.
Por Luiza Tenente, g1