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7 de Setembro se torna palco da polarização política no país

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Montagem: Clarisse Souza/ O Tempo e Flávio Tavares/ O Tempo
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Cravado no calendário nacional como o Dia da Independência do Brasil, o 7 de Setembro de 2025 já reúne elementos que indicam o uso da data para acirramento da polarização política nacional. Na esteira do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta tentativa de golpe de Estado e de reações às sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao governo brasileiro, manifestantes da direita e da esquerda prometem ir às ruas neste domingo (7/9), para levantar bandeiras antagônicas.

De um lado, políticos e movimentos de direita convocam atos em todo o país em defesa da liberdade de Bolsonaro. Em Belo Horizonte, a manifestação vai acontecer na Praça da Liberdade, onde militantes também prometem fazer pressão pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

“O inicio do julgamento do ex-presidente inflama os apoiadores dele e a gente tem a expectativa de ter um público grande em defesa da anistia amplia, geral e irrestrita. Também queremos denunciar o que Moraes está fazendo dentro do Supremo, porque entendemos que o ministro está fazendo política dentro da Corte”, adiantou Cristiano Reis, líder do movimento Direita BH e um dos organizadores do ato na capital mineira. 

Na outra ponta, lideranças e movimentos sociais ligados à esquerda no país marcam protestos em diversas cidades sob a bandeira “Brasil soberano”. Em BH, o ato – que se soma ao tradicional ‘Grito dos Excluídos’ – partirá da Praça Raul Soares, no centro. 

A temática adotada pela esquerda neste ano faz frente a medidas como o ‘tarifaço’ de Trump e a imposição de sanções a autoridades brasileiras – como o enquadramento de Moraes na Lei Magnitsky. O slogan ‘Brasil soberano’, aliás, é o mesmo adotado pelo governo Lula (PT) para o desfile cívico-militar que será realizado neste domingo, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. 

Embora o Grito dos Excluídos tenha se consolidado com um ato de protesto da esquerda que se repete no país há 30 anos, as manifestações convocadas pelo campo progressista neste ano têm sido interpretadas como uma tentativa de retomar a bandeira do patriotismo. 

O historiador Leon Kaminski, coordenador do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em História e Memória da UFMG, lembra que “durante o governo Bolsonaro, houve uma mobilização para usar o 7 de Setembro para celebrar o poder militar e fortalecer um discurso que ressaltava a ditadura militar, e com discursos contra a esquerda e os movimentos sociais”. 

Apesar disso, o presidente nacional do PT, Edinho Silva, declarou que o campo progressista não tem intenção de usar as manifestações deste domingo para medir forças com a direita. “Nós estamos indo às ruas para reforçar a nossa agenda e não queremos competir com ninguém, não queremos fazer correlação de forças com ninguém”, defendeu o dirigente, durante agenda em Belo Horizonte.

O Tempo.

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