Envolvido em denúncias de corrupção e no comando do governo federal há quase 13 anos, o Partido dos Trabalhadores (PT) já tem uma estratégia para enfrentar a “imagem ruim” da sigla e, assim, não prejudicar a disputa durante as eleições de 2016. Segundo interlocutores ouvidos pelo Aparte, a orientação petista em Minas é que parte de seus filiados se mude para outras siglas, como o PSDC e a recém-criada Rede.
Uma antiga e importante liderança do PT, por exemplo, trocou o partido pelo PSDC exatamente para seguir a orientação. “Precisamos permanecer fortes no interior, e o desgaste com o nome do partido está demais. Assim que coordenaram essa movimentação, atendi”, afirma a fonte, que pediu para não ser identificada.
A Rede deve, em breve, receber um vasto número de filiações vindas do PT. A principal coordenação da estratégia aconteceria, segundo outro interlocutor, por meio do deputado federal Reginaldo Lopes (PT). Ele, que já afirmou a intenção de disputar o Senado em 2018, pode enfrentar resistência de outros membros do partido para a candidatura. Caso o cenário aconteça, Lopes teria fácil transferência para a Rede, saindo como candidato ao Senado.
A estratégia é desenvolvida em sigilo, principalmente para não alarmar os movimentos sociais ligados ao PT. O deputado federal Alessandro Molon deixou o PT para integrar a primeira bancada de parlamentares da Rede. Há quem diga que a “estratégia mineira” será aplicada nacionalmente.
Em nota, o PT mineiro afirmou que “repudia a boataria política” e que a informação é “infundada”. “O partido está vivo e tem registrado aumento no número de filiados a cada ano. E, ao contrário do que se diz, o partido vem sendo procurado por lideranças políticas para ingressarem na legenda e concorrerem às eleições de 2016”, diz trecho da nota. As assessorias do PSDC, de Rede e do deputado Reginaldo Lopes não tinham retornado os contatos até o fechamento desta edição.