Um dos efeitos mais devastadores da crise econômica nos últimos anos, o desemprego atinge mais de 250 mil pessoas no Estado. Com a falta de oportunidades, 44% dos jovens formados em cursos superiores atuam fora de sua área.

E os casos no Estado de quem correu atrás para não ficar sem renda são muitos: há psicólogo atuando como cobrador de ônibus, advogada como caixa de supermercado e engenheiros trabalhando como motorista de aplicativo.

Segundo o consultor de carreiras Elias Gomes, essa situação retrata o momento em que vivemos nos últimos anos. “Temos um caso de uma advogada que está trabalhando como operadora de caixa de supermercado na Grande Vitória”, disse.

O levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) retrata essa realidade. Entre os jovens empregados com diploma universitário, 44,2% estão em postos fora de sua área. Se consideradas todas as idades, a parcela é de 38%, o maior patamar desde 2012.

A pesquisa ainda revela que, além de não estarem em suas áreas, profissionais mais qualificados não estão sendo remunerados como esperavam, já que ganham 74% menos do que o diploma permitiria. “A economia não está conseguindo gerar emprego de nível superior”, afirmou a técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Maria Andreia Lameiras.

Ao mesmo tempo, ela enfatizou que a população está mais escolarizada, o que é positivo. “A gente agora tem de começar a criar emprego com perfil adequado para essa escolarização.”

A psicóloga, escritora e diretora da Suprema Soluções em Pessoas, Sarah Rosado, contou que recentemente um engenheiro civil que não conseguiu se colocar no mercado aproveitou a oportunidade como professor para não ficar desempregado. “Neste ano, muitos candidatos procuraram o serviço de recolocação que oferecemos aqui na empresa e, mesmo sendo de outras áreas, 80% deles disseram que aceitariam qualquer oportunidade para não ficar de fora do mercado.”

Tribuna Oline

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