O debate realizado nessa quinta-feira (4), na Globo, rendeu para além do visto pelos telespectadores. Quando a sabatina terminou, Ciro Gomes (PDT) envolveu-se em uma confusão não televisionada. É que o presidenciável foi procurado em seu camarim por um oficial de Justiça. E não gostou de a emissora ter permitido a entrada dele no local.
Ciro falou sobre o episódio na entrevista realizada após o debate. Segundo o candidato, o objetivo do oficial era notificá-lo de um processo eleitoral movido por João Dória, candidato do PSDB ao governo de São Paulo. O presidenciável chamou o tucano de “farsante”, ao que ele reagiu com um processo por calúnia, difamação e injúria.
O pedetista não foi até o camarim ao fim do debate e acabou seguido pelo oficial até a sala onde haveria a coletiva. A ordem da Justiça determinava que ele fosse citado ainda na Globo. Quando a entrevista terminou, Ciro foi alcançado pelo oficial e apoiadores dele acabaram empurrando o profissional. No fim, o presidenciável não foi notificado. “Nunca mais piso aqui”, teria dito.
A ação movida na Justiça do Rio é datada de agosto de 2017, mas a intimação só teria sido expedida nessa quinta. “A Globo colocou o oficial de Justiça dentro do meu camarim. O Doria conseguiu que uma juíza do Rio de Janeiro mandasse o oficial de Justiça agora, uma hora da manhã, no camarim que a Globo deu, e a Globo deixou o cara entrar, para me notificar de uma ação do Doria contra mim”, disse Ciro. “Eu chamei [Doria] de farsante. Quando eu penso que ele é mesmo um corrupto”, declarou.
Cirou emendou a fala declarando não ter gostado da postura da Globo no caso e fez diversas críticas à emissora. Ele também culpou o canal pelo cenário de polarização política, em que os adversários Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) aparecem à frente dele nas pesquisas. “Claro que a Globo gostaria que fosse assim, mas ela felizmente não manda. Tem certa influência, mas não manda”, respondeu ao ser questionado sobre a possibilidade do voto útil decidir o resultado da eleição no primeiro turno.
O que diz a Globo
Um oficial de Justiça esteve nos Estúdios Globo na noite desta quinta-feira, de surpresa, para entregar uma citação ao candidato Ciro Gomes, que participava do debate com os candidatos à Presidência da República. A pedido dos assessores do candidato, o oficial aceitou esperar o fim do debate para cumprir a diligência. A fim de evitar que o episódio fosse explorado politicamente, o oficial foi encaminhado a uma sala reservada, para que lá pudesse realizar a diligência de forma discreta. Ao final do debate, Ciro, informado da situação, se negou a comparecer à sala em que se encontrava o oficial para receber a citação. O oficial de Justiça então resolveu ir ao encontro do candidato, mas foi impedido pelos assessores ou seguranças de Ciro de se aproximar dele. Ciro deixou os Estúdios se negando a receber o documento.
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