Não, você não leu errado. Aquele nojinho que sentimos quando esses insetos invadem nossas casas tem fundamento – eles são capazes de transportar milhões de fungos e bactérias em seus corpos e acabam disseminando esses microrganismos perigosos por onde passam.
O alerta vem de um estudo brasileiro conduzido por pesquisadoras da Universidade Metrocampo/Wyden, em Campinas (SP), que decidiram investigar se esses bichinhos realmente são nocivos à saúde e se eles serviriam de “meios de transporte” para agentes causadores de doenças.
Para obter essas respostas, a bióloga e professora da Metrocamp Rosana Siqueira e a aluna Rayanne Koeler saíram às ruas para, literalmente, caçar baratas, moscas e formigas. “Tivemos que coletá-las vivas, o que dificultou o trabalho, principalmente no caso das baratas”, relata Rosana à SUPER. Essas danadas têm hábitos noturnos e não frequentam qualquer lugar – preferem áreas escuras e sem pessoas (a rejeição é recíproca, cucarachas!).
No total, foram “sequestrados” 40 bichos. No laboratório, eles tomaram um banho com uma solução salina que os esterilizou das antenas às patinhas. “Depois, colocamos essa água em meios de cultura para identificar os microrganismos que eles estavam transportando”, conta a cientista.
Os números são assustadores: em uma única barata as pesquisadoras chegaram a encontrar 250 milhões de fungos e bactérias, nas moscas foram identificados 72 milhões de representantes desses agentes infecciosos e, nas formigas, 13 milhões. Na lista estão bactérias como Salmonella, Escherichia colie Shigella, que causam encrencas como dor de barriga, diarreia, vômito e febre; e fungos como Candida albicans, que provoca candidíase, e Rhodotorula, associado a micoses e até meningite.
Super Interessante