Ela não tem o movimento das mãos nem dos braços, mas arrasa quando o assunto é deixar outras mulheres ainda mais bonitas. Maquiadora e manicure, Clélia Rodrigues faz todo o trabalho com a boca.
A talentosa artista nasceu sem o movimento nas mãos e nos braços por causa de uma doença genética. Nada de ficar lamentando, isso foi um combustível a mais para desenvolver seu potencial artístico e impressionar a todos.
Clélia é uma referência na cidade de Visconde do Rio Branco, em Minas Gerais. A agenda está sempre cheia. A mineira faz os detalhes mais sutis de uma maquiagem e cria adesivos artesanais de unhas com a desenvoltura e o domínio de quem sabe o que está fazendo.
Claro que ela precisou praticar incansáveis vezes para alcançar a perfeição. A jovem também contou com os ensinamentos da mãe, Rita, que trabalha como manicure desde os 13 anos. Hoje com 41, Rita também é cabeleireira e já trabalhou como tatuadora por 12 anos. Clélia teve a quem puxar!
“No início, foi muito difícil. Mas, ela se descobriu e surpreendeu a todos”, disse Rita ao programa Balanço Geral MG.
Controlar os pincéis com a boca foi o menor dos desafios. Clélia precisou ser forte para superar o preconceito que sofreu principalmente na infância e adolescência por conta de suas limitações físicas. Comentários e olhares maldosos eram comuns, mas ela seguiu em frente.
A verdade é que os desafios estão mais na cabeça das pessoas que na cabeça de Clélia. Quando decide que vai fazer uma coisa que parece impossível aos olhos dos outros, ela vai lá e faz, como a própria maquiagem ou então subir uma escada.
“Eu olho para uma escada e falo: ‘Eu vou subir ela, de qualquer maneira. E consigo subir!”, afirma Clélia, que também tem um canal no YouTube, onde compartilha tutoriais de maquiagem.
Palavras de quem não se curvou aos obstáculos que a vida colocou na sua caminhada. Do preconceito aos movimentos comprometidos das mãos e dos braços, Clélia ensina que os obstáculos servem unicamente para nos fortalecer, e provar para aqueles que não acreditavam em nós que eles estavam errados.
crédito da foto: Balanço Geral MG/Reprodução