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Bruno Pereira da Silva é diferente e sabe disso. Morador da colônia de Prauajó, no município de Curuçá, interior do Pará, ele nasceu com um doença rara chamada displasia ectodérmica, que afeta uma a cada um milhão de pessoas. A condição o fez enfrentar dificuldades logo nos primeiros anos de vida, inclusive, na própria família. Mas, aos 35 anos, “O Diferente” – como é chamado por muitos -, combate os problemas de cabeça erguida. E faz questão de viver da melhor maneira possível.

Além de comprometer o crescimento de Bruno, a doença provocou ao longo do crescimento dele falta de couro cabeludo, ressecamento cutâneo e outras adversidades. A maioria dos afetados pela enfermidade são homens. Ele não conheceu o pai e foi deixado pela mãe aos cuidados dos avós, apesar da presença materna sempre constante. Na última semana, Bruno teve que lidar com mais um ataque, como tem feito quase que diariamente desde que se percebeu diferente.

Reprodução/Instagram

Na quarta-feira (18), o paraense recebeu um print de xingamentos feitos contra ele por uma pessoa em um grupo de WhatsApp. “Parece um ET esse monstro”, diz a mensagem que acompanha a imagem de Silva. Apesar de ficar triste, e até mesmo revoltado com a situação, ele resolveu compartilhar o episódio em sua conta pessoal no Facebook.

Na rede social, recebeu apoio de amigos, familiares e até de desconhecidos. A postagem sobre o assunto teve centenas de comentários e compartilhamentos em defesa dele. “Você é um exemplo de ser humano, não perca seu tempo com esse tipo de pessoa”, comentou uma internauta. “Liga não amigo, essa pessoa não tem o que você tem, que é humildade, você é lindo tanto por fora quanto por dentro, perante os olhos de Deus somos todos lindos”, escreveu outra.

Ao Bhaz, o paraense fez um desabafo sobre as dificuldades que enfrenta no dia a dia. “A gente se sente muito triste, mas não podemos nos deixar abalar. A luta é todo dia e vou seguindo minha vida com todos os desafios que tiver que enfrentar”, relata.

Mesmo com todos os problemas que passa, Bruno conta que tem uma vida normal, gosta de passear, encontrar os amigos e assistir seu time de coração no estádio. “Sou torcedor do Remo e, sempre que posso, acompanho meu time”, conta.

O paraense explica que sua rotina não é fácil e os ataques só trazem mais transtornos. “Não tenho pai nem mãe. Enfrento preconceito todos os dias e cada amanhecer é uma vitória. Infelizmente, existem pessoas assim nas redes sociais e no mundo. Graças a Deus existem mais pessoas boas que ruins. E a minha resposta a ele foi com muita categoria, jamais com xingamentos”, disse.

Em outubro, Bruno concorrerá ao cargo de deputado estadual, pelo PRB do Pará. “Por causa das minhas condições, só consegui estudar até o 2º ano do ensino médio, mas agora estou entrando na política para tentar fazer a diferença”, completou.

Bhaz

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