As expectativas da população de Timóteo se voltam, agora, para o que será a atuação do prefeito Douglas Willkys, empossado na noite desta sexta-feira, que foi 13, em cerimônia no Sesi, no bairro Timirim. Que horizontes se descortinaram ali no Sesi? Que tempos conceberam as urnas do dia 24 de junho? Que Timóteo será construída daqui para frente? A cidade, com sobejas razões, está traumatizada com a constante e estúpida troca de prefeitos, e os acordos que ficaram explícitos entre correntes políticas existentes há décadas no município deixaram evidente que pouca coisa, ou quase nada, iria mudar, caso o resultado da evitável eleição do dia dia 24 de junho fosse outro. 18.181 eleitores, contrariando as previsões dos “analistas de plantão”, decidiram apostar no candidato do PSB, o Douglas, como capaz de dar rumos dignos à cidade. Combater urgente e firmemente as desigualdades, bem como promover o desenvolvimento do município serão, dentre outras tantas, ingentes e inadiáveis tarefas que confrontarão a Administração que ora se inicia. É muita responsabilidade , muita mesmo, para um governante que recebeu essa porção de votos, dada por um povo quase decidido, na sua maioria, a não crer mais na sua apequenada classe política. No dia 24 passado, 43.958 pessoas se dirigiram democraticamente às urnas para depositarem seus votos em um dos quatro postulantes ao governo de Timóteo. Destes, quase a metade preferiu acreditar no jovem de Cachoeira do Vale, um moço de 31 anos que, por duas vezes, foi vereador no município.
Os desafios que solenemente esperam o prefeito são enormes. A saúde está à beira da falência. A segurança clama por socorro e, por aí, vai. Serão dois anos de mandato e a prova de fogo que o prefeito empossado vai enfrentar será diuturna. Os votos generosamente depositados a favor do ex-vereador não poderão ter o mesmo retorno que tiveram em eleições passadas. O povo não pode mais ser tratado como um monte de otários, adoçados por cabinhos eleitorais favorecidos por benesses não republicanas para venderem “seus peixes”. A população exige respeito e é isto que espera de Douglas Willkys, cuja biografia nos faz acreditar ser ele depositário de nossa valiosa e inegociável confiança. Urge colocar a casa em ordem o mais rápido possível e não transformar a prefeitura em cabide de emprego para apoiadores, nem em repugnável trampolim para perpetuação nojenta de vereanças obscuras e paridas pelo acaso. É preciso ficar provado, de uma vez por todas, que é possível governar sem mentir e sem enganar o povo. É possível cumprir o prometido e fazer muito mais do que foi propagado. A população desaprova a exumação, sempre fétida, de cadáveres de Administrações passadas como álibi para a incompetência em governar. A população repele a guerra hipócrita entre “perdedores e vencedores” e espera ser tratada como um conjunto de cidadãos e cidadãs que deve ser destinatário único e exclusivo de políticas públicas e transparentes que promovam a justiça e sacramentem o bem-estar.
As pessoas exigem pulso firme do eleito, voz ativa em sua equipe e não apenas figurar como um boneco em mãos de aspones metidos a reis temporários de uma corte maldita. Não ser refém de ideias esdrúxulas concebidas por pseudos líderes partidários que não se pejam em querer fatiar o governo em nome de uma suposta e insustentável governabilidade. As pessoas, aquelas que votaram em outros candidatos, aquelas que se abstiveram, votaram em branco ou anularam seus votos, estão ávidas por um tempo de práticas inovadoras, éticas e decentes, e não de retóricas arranjadas que ousam explicar o inexplicável. O populismo não é a vitamina que fortalece a população. O que a torna forte é constatar que não errou em apostar em determinado candidato. Os conchavos de bastidores que esculpem monstros nas repartições públicas e desprezam a inteligência do povo devem ser rigorosamente abandonados pelo governo que se instala no momento. Novos tempos são novos tempos.
Daqui a dois anos os cidadãos desta cidade voltarão às urnas para renovarem o governo municipal. Até lá, que dirá o povo ter sido o prefeito Douglas? Não é proibido acreditar e é por isto que o povo acreditou no “Douglas Neles”. No entanto, melhor do que aferir o que foi o “Douglas Neles” é saber qual foi a definição do “Douglas em Nós”.