Certamente poucos são os moradores de Timóteo que ainda não depararam com o entusiamo da “Boa”, como é conhecida a vendedora de picolé Adriana Dias.
Faça sol ou chuva, “Boa” não abre mão de fazer o que gosta e “precisa”. Pelas ruas de vários bairros da cidade, das cerca de 10h até por volta das 17h, a mãe de dois filhos, há 14 anos, vende seu produto, ou melhor o produto de uma empresa, com o empenho como se fosse algo produzido por ela própria.
A venda de picolé pela cidade, fez de Adriana uma mulher muito popular. Com um chapéu de uma aba longa, driblando o sol, enquanto conversava com nossa reportagem por várias vezes foi interrompida por populares que a gritavam pelo apelido, ao que ela respondia com carinho e a alegria que lhe serve como abrigo do sol e a redução de suas vendas provocada pela concorrência.
“Boa” disse que começou a vender picolé incentivada pelos filhos que o faziam quando pequenos. Ao verificar que a ocupação dos meninos (um casal) estava dando dinheiro, decidiu entrar no negócio e, de lá para cá, nunca mais parou. Ela contou que esta é a única fonte de renda de que dispõe no momento.
Não importa as condições do tempo nem o dia da semana. “Boa”, empurrando o carrinho, que lhe propicia uma venda de até cem picolés por dia (ela já chegou a vender duzentos e cinquenta), segue contaminando com seu humor e disposição por onde passa com seu grito prolongado anunciando o produto amado no verão. Para Adriana, a “Boa” foi a descoberta de como vencer uma crise que assola muita gente e “justifica” o malfeito de tantos outros que alegam não verem saída para conseguir se manter ou a família. Enquanto muitos choram o calor desta crise, Adriana segue numa boa refrescando muita gente, muitos timotenses. Se está querendo aquele picolé para refrescar-se a “Boa” é só achar.
Essa é a Boa, minha Guerreira. Hoje eu só tenho gratidão por ela, hoje eu formei e tenho uma profissão graças a suas vendas de picolé, minha mãe e Guerreira TODA BOA.
Boa, a Adriana, foi minha inquilina por vários anos e pagava rigorosamente em dia o aluguel com o dinheiro que recebia da venda dos picolés! Mulher guerreira!