Imagens: Facebook

A terça-feira, janeiro de 2018, dia 16, amanheceu mais triste, apesar do sol que iluminou o dia, do ar que embalou vidas no seu decurso. A terça-feira amanheceu com a marca da ausência de um dos pioneiros do ministério Adão Araújo e morador tradicional da cidade.

Segundo Lana, o pai dizia sentir saudades de Deus e da esposa, falecida em abril de 2010.

A terça-feira despontou com a ausência do brilho do olhar do presbítero José Canuto dos Reis, da Assembleia de Deus em Alvorada, bairro onde ele residia com a família, duas filhas e netos.

O horizonte começou anuviar-se e perder seu fulgor no domingo passado, quando o presbítero foi hospitalizado no São Camilo, em Timóteo. Uma falência respiratória e comprometimento das funções renais decretariam o fim da existência deste homem de conduta ilibada, que não o deixou ser lameado pelas vaidades deste mundo, agora tão menos tenebroso do que a próxima hora.
Para onde foi José Canuto? Qual terá sido seu destino? Ele respondeu estas perguntas dois dias antes de falecer, em uma conversa com a filha, a Lana: “Ele disse que ia encontrar com Jesus e com sua esposa, Maria Alves dos Reis, falecida em abril de 2010. “Ele disse que estava com muita saudade do céu e da minha mãe”, contou a filha à nossa reportagem.
José Canuto, ao longo de sua vida, foi capaz de provar sua lealdade a Deus e à sua obra, sendo reconhecido sua folha de serviços prestados ao Reino de Deus. Em julho de 2015, por ocasião do jubileu da congregação da Assembleia de Deus em Alvorada, foi consagrado ao Santo Presbitério, que soube honrar com precisão e maestria, como tudo que fazia. O cargo não lhe soou como fruto de ambição, mas como peso e responsabilidade a mais de quem nunca deixou de lado a lealdade para com as coisas de Deus.

Esta faz parte do rol das últimas imagens deixadas pelo presbítero

Os momentos que vão eternizar José Canuto entre nós tiveram uma das suas derradeiras seções no Natal passado, quando, ao lado da família, parecia despedir-se para sempre dela. Não faltou aquele sorriso nem as fotos para marcarem sua passagem por esta terra. Tão alvo quanto aquele cabelo que robustamente cobria-lhe a cabeça, foi a passagem do Natal com a família. O último presente aos filhos e netos.

Com a filha Lana

Entre tantas recordações que o presbítero deixou está a que a filha Lana recordou: “eu lembro que quando a gente morava no Coqueiro: nós éramos muito pequenos. E tinha a igreja lá no Timirim (John Kennedy) e ele (o pai) sempre levava nós para os cultos, as orações e Deus trabalhou muito na vida dele lá. E este é o exemplo que eu tenho do meu pai. Foi essa semente que ele plantou no meu coração e no coração dos meus irmãos.”
José Canuto devotou sua vida à causa do Mestre. Os modismos não lhe encantaram. Sua fidelidade à Deus e ao ministério que servia foram marcas indeléveis do seu caráter e da sua conduta como servo. “Os hinos que ele mais amava eram o 151 e 193, ambos da Harpa Cristã”.


Mas, além destes, o presbítero José Canuto guardava outro em seu coração, o de número 346, também da Harpa Cristã, e, todas as vezes em que se sentia triste, recitava parte de uma das suas estrofes: “eu sou um soldado p’ra combater, e com Deus irei todo mal vencer”.
“Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra e luz para os meu caminhos”. O versículo, 105 do Salmos 119, de acordo com Lana, era repetido por seu pai, mesmo acamado.

O velório do presbítero comoveu. A filha Lana, representando os demais, disse durante a cerimônia que “o melhor presente, o maior diamante foi seu pai. Ela agradeceu muito a Deus. “Deus me colocou como filha dele. No período que eu vivi com meu pai, como filha, eu só tenho que agradecer a Deus e bendizer o nome Dele, porque meu pai foi tudo pra mim; foi o diamante que Deus me deu. Só que Deus me emprestou. Agora foi o período de Deus recolher, e quem sou eu pra contender com o Deus todo poderoso”, disse a jovem que reconhece o valor dos conselhos que seu pai lhe dava com relação à conduta na vida.
Os últimos dias do valoroso José Canuto foram marcados pela felicidade, segundo um familiar. “A gente via a paz, a serenidade dele.” Lana revelou que o pai “sabia que ia partir”. “Ele me avisou. Eu senti a paz de Deus na vida dele. Eu achei mais a Beré (outra filha) que nós íamos desesperar quando soubéssemos da notícia da morte dele. Mas, não. O Espírito Santo, Consolador, Ele nos colocou como pessoas equilibradas, sensatas. Fizemos os preparativos para seu funeral e tudo aconteceu conforme a vontade perfeita, sublime e agradável de Jesus”.
A morte do presbítero José Canuto passa a ser um marco na trajetória da congregação da Assembleia de Deus em Alvorada, atualmente sob a direção do pastor Juscelino Soares. Foi ali que o obreiro terminou sua jornada, uma jornada feliz.
“Que alegria agora, é meu o céu”, José Canuto poderia nos dizer e, certamente explicaria: “Pois Jesus rasgou o sagrado véu; A condenação não mais temerei, e meu Redentor sempre louvarei”.

Hino que o Pb. José Canuto cantava nas horas de angústia

Ele sempre afirmava nas horas de angústia: “Lá no céu eu descansarei, com Jesus, o nosso Rei”. Ele não queria isso para ele, e, certamente, em mais de uma ocasião, teria dito para alguém: “Vem a Deus, ó pecador, pois no céu te espera com amor.
 A Canuto, como ser humano que era, não seria impossível dizer: “Pelo mundo eu solitário andei. Fora de Sodoma o céu avistei, pois olhei pra cima, p’ra meu Jesus, que por mim morreu na sangrenta cruz”.

Mas, antes de partir, se o desejasse, poderia expressar: “Eu sou um soldado pra combater, e com Deus irei todo o mal vencer; a bandeira é o sangue de Jesus, que por mim vertido foi lá na cruz”.

Um dos hinos preferidos do presbítero

O dia chegou e o que foi dito pelo autor do hino 346 se consumou: “Quando um dia eu venha a perecer, sim, meu coração cesse de bater, subirei ao céu, sem nenhum temor, descansado nos braços do Senhor”.
O dia chegou. José Canuto, presbítero, foi recolhido de entre nós. Podemos imaginar ele dizendo: “Ante o trono alegre eu estarei, e com Deus irei todo o mal vencer; hei de ver as palmas da multidão. Que aleluias à Deus, sempre cantarão”.
Que alegria, agora é dele o céu!

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