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Maria do Perpétuo, que estava presa desde o dia 24 de novembro acusada de montar um esquema de extorsão contra empresários, foi solta mediante liberdade concedida pela Vara Criminal de Timóteo

Já se encontra em liberdade a ex-secretária Municipal de Fazenda de Timóteo Maria do Perpétuo Socorro Cota. Ela estava presa desde o dia 24 do mês passado acusada de montar um esquema de extorsão contra empresários que prestavam serviços para o município. A informação consta no site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). 

A liberdade provisória foi concedida na última terça-feira (13) pela Vara Criminal de Timóteo, onde o processo passou a tramitar desde o dia 6 deste mês. A ex-secretária, que confessou o crime, foi descoberta em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Na mesma ocasião a sobrinha dela Eva Cristina Quaresma chegou a ser presa em flagrante no momento em que recebia de um empresário a quantia de R$ 2,5 mil. Eva ainda continua detida.

Em entrevista à reportagem do DIÁRIO POPULAR, integrantes do Gaeco disseram que já previam a soltura de Maria do Perpétuo, mas segundo o delegado Gilmaro Alves as investigações continuam. “E o que nós podemos afirmar é que o Gaeco não tem dúvidas da participação das duas nessa modalidade criminosa. Também não descartamos a possibilidade de encontrarmos outras pessoas que estariam aliadas a elas ou que estariam praticando as mesmas ações delitivas. Esses fatos estão sendo apurados em investigações”, disse o delegado, acrescentando que a ex-secretária acabou confessando o crime de extorsão. “Ela acabou por confirmar os fatos que nós já tínhamos por demais comprovados, tendo em vista uma série de investigações que foram procedidas antes mesmo da prisão dela”.

ENTENDA

De acordo com as investigações, os recursos devidos pelo município aos prestadores de serviços só eram liberados mediante o pagamento de “gorjetas” que chegavam até 10% sobre o valor devido. “A funcionária pública tinha o pleno conhecimento dos valores e quando seriam pagos. E ela tinha a possibilidade de postergar ou não o pagamento. Ela repassava as informações à sobrinha, que procurava os empresários exigindo que eles pagassem os 10% sobre a dívida do município com o prestador. Se não fizessem isso, os credores eram ameaçados a não receberem o pagamento devido”, explicou o delegado.

“Espórtula”
A operação que culminou na prisão de duas mulheres recebeu o nome de “Espórtula”, em alusão ao crime de concussão – quando um funcionário público ou agente político exige para si ou para outra pessoa, vantagem indevida. Ainda durante a operação foi constatado que Eva atuou a mando da tia, então secretária de Fazenda. Segundo a polícia, a sobrinha confirmou que no dia 23 do mês passado esteve em Ipatinga para buscar R$ 2,5 mil de um empresário. Na ocasião ela afirmou que o montante seria repassado à tia.

Fonte: Diário Popular