Praticamente ao mesmo tempo em que detentos do Presídio de Itajubá, no Sul de Minas Gerais, libertavam os dois agentes penitenciários que foram feitos reféns por cerca de 18h durante uma rebelião, teve início um novo motim, desta vez na Penitenciária Dênio Moreira de Carvalho, em Ipaba, na região do Rio Doce.
De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), o motim em um dos blocos da unidade foi controlado por agentes penitenciários por volta das 12h30, enquanto os agentes foram libertados no Sul de Minas por volta das 12h. “A direção da penitenciária iniciou um trabalho de avaliação de danos materiais decorrentes da ação, que durou cerca de 30 minutos”, afirma a secretaria.
O TEMPO recebeu informações de agentes penitenciários da cidade que dão conta que os detentos atearam fogo em cerca de 30 colchões e alguns lençóis. A princípio nenhum dos presos teria ficado ferido mais seriamente durante o ocorrido.
“O fator determinante foi a superlotação. Já haviam feito um movimento há algum tempo atrás, que terminou com intervenção da polícia e dos agentes. Ficou combinado que seria atendido alguns dos pedidos dos presos, como permanecer a visita social e íntima, entrega de kit e que aconteceria a transferência de alguns presos, só que até o momento nada foi feito. Se continuar, em breve teremos rebelião lá”, contou um agente penitenciário que não quis ser identificado.
Itajubá
Pouco antes do início do novo motim, em Itajubá os dois agentes penitenciários que foram feitos reféns desde o fim da tarde de domingo (23) eram libertados. Segundo a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), eles sofreram ferimentos leves e recebem atendimento médico neste momento.
A confusão teve início quando os agentes tentaram intervir em um conflito entre presos em uma das alas da unidade prisional, no fim da tarde do domingo. “A direção da unidade negocia com os detentos a liberação dos servidores”, disse a nota divulgada pelo órgão nesta manhã. Questionada sobre o que os presos reivindicam, qual a capacidade e quantos presos estão no presídio neste momento, a Seap respondeu apenas que a unidade tem capacidade para 302 detentos. Informações dão conta que mais de 500 pessoas estariam detidas na unidade.
Apesar da Seap não ter informado quais eram as reivindicações dos presos rebelados, um agente penitenciário que não quis ser identificado conta que eles estariam pedindo a remoção de dois presos. “Para libertar os agentes a condição seria a troca por dois presos rivais, que seriam supostamente do Comando Vermelho. Mas também reclamam das condições, falta de medicamentos e saída de alguns presos devido à superlotação, além de pedirem a saída do atual diretor”, explica.
O Tempo