A expectativa da mãe de uma garota de 10 anos, residente no bairro Limoeiro, se volta para o próximo dia 22 de junho, data em que ela irá conhecer o desfecho de um processo judicial movido contra a prefeitura de Timóteo, a favor da internação da filha, portadora da doença de Blount, que é caracterizada por perturbações do crescimento da parte interna da extremidade superior da tíbia, levando progressivamente a deformidade óssea com angulação ligeiramente abaixo do joelho (varão da tíbia).
Há três anos a mãe vem lutando junto ao TFD – Tratamento Fora de Domicílio – da prefeitura, na busca de uma vaga para a garota submeter-se a uma osteotomia de ossos longos, procedimento que custa, segunda a mãe, cerca de 40 mil reais. No caso a batalha é no sentido de fazer a cirurgia pelo SUS.
A mãe disse que o hospital Odilon Behrens, em Belo Horizonte, onde o procedimento é feito, alega falta de leito para internação da filha. Porém, ela entende que se houvesse boa vontade da prefeitura de Timóteo esta vaga já poderia ter surgido.
A mãe contou que em dezembro do ano passado a prefeitura liberou o laudo cirúrgico mas, até agora, sequer a consulta foi autorizada. Ela responsabiliza o Estado e a prefeitura pela demora na solução do caso da filha.
A mulher disse que a menina fez um tratamento com um ortopedista em Timóteo e este médico indicou a cirurgia “porque o caso da garota não tem reversão”, com tendência ao agravamento, “com possível perda total dos movimentos”. “Eu entrei na justiça contra a prefeitura e vou aguardar até o dia 22 (de junho). Se a prefeitura não resolver será feita uma denúncia também contra o Estado”, disse a mãe.
A esperança da família da garota é que a prefeitura de Timóteo se empenhe para que ela consiga passar pela cirurgia que, de acordo com o médico que cuida do seu caso, deve se feita até os dez anos de idade, “pois após esta idade fica mais difícil o procedimento”.
A saúde da menina não pode ser prejudicada por entraves burocráticos. A mobilidade da garota está em risco e ter a saúde preservada é um direito seu e dever do Estado. Para a mãe, a batalha, agora, não será só entre as quatro paredes, da prefeitura e do hospital em Belo Horizonte, onde tem ouvido sistematicamente um “não” quanto à saída da vaga para a cirurgia. Ela irá fazer valer seus direitos e, um deles, ele passou a exercer, que é tornar público o caso, não lhe importando de quem é a culpa pela demora.
Sobre a doença
A doença de Blount é caracterizada por perturbações do crescimento da parte interna da extremidade superior da tíbia, levando progressivamente a deformidade óssea com angulação ligeiramente abaixo do joelho (varão da tíbia).
Em 60% dos casos, a doença provoca problemas nas pernas e dificuldade na marcha da criança. A prevalência é desconhecida. A obesidade infantil é um fator que contribui nesta doença
Clinicamente, os pacientes com doença Blount apresentam abaulamento e diferença no comprimento da perna, tendo uma perna maior do que a outra. Esta diferença nos membros inferiores é uma proeminência medial proximal da tíbia.
A Obesidade e marcha precoce são fatores predisponentes para o desenvolvimento do transtorno.
As causas subjacentes são controversas: ela parece ser uma doença multifatorial, mas a contribuição dos fatores genéticos é desconhecida.
A doença de Blount só pode ser diagnosticada em crianças com mais de dois anos de idade, como pode ocorrer fisiologicamente por danos no varão da tíbia.
A deformidade grave não tratada precocemente pode levar a artrite degenerativa do joelho.
O tratamento deve ser adaptado a cada criança e um programa ortopédico é uma opção, porém caso mais grave associado à dor pode ser necessário intervenção cirúrgica.
Fonte: http://ortopedia.facafisioterapia.net/