
Atualmente preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste, Raí disse inicialmente para a polícia que tinha destruído seu celular onde foi gravado o vídeo da menor estuprada nua, sendo tocada por um homem, com vozes de outros suspeitos ao fundo. Com a recuperação do aparelho, na última sexta-feira, os agentes descobriram um segundo vídeo do estupro coletivo, durante o qual a menor tenta inclusive resistir às agressões.
Os investigadores chegaram ao aparelho ao descobrirem que um dos amigos de Raí tinha uma foto com o jogador de futebol Lucas Perdomo, solto na última sexta-feira (3) por falta de provas, e Raí, com as mesmas roupas com as quais ambos foram presos no último dia 30 de maio.
Através desse monitoramento, os policiais foram até o local, desconfiando que o celular estivesse com o amigo de Raí. Na última sexta feira, um mandado de busca e apreensão foi cumprido, na rua Dias Lopes, em Madureira, e o celular foi apreendido, intacto.
Agora, a delegacia de combate às drogas (DCOD) vai avaliar se o material contido no celular de Raí pode indicar o funcionamento do tráfico na região. O aparelho já foi encaminhado para perícia.
A descoberta do segundo vídeo foi tema de reportagem esclusiva do Fantástico neste domingo (5). Segundo investigações da Dcav, a voz no vídeo a que o fantástico teve acesso é de Raphael Duarte Bello, o terceiro preso na semana passada. Ele também é o responsável, segundo as investigações, por ter inserido objetos na menina.
No celular de Raí, a polícia também descobriu o áudio, com uma voz que seria a dele conversando com outra pessoa dizendo que, por “ordem superior”, os moradores deveriam a uma passeata nas ruas próximas ao morro São José Operário, na Zona Oeste, onde o crime ocorreu. Durante a manifestação, moradores levantavam cartazes com dizeres como “não houve estupro” (ouça o áudio)
“Vai no Mototaxi lá, Nathan, avisa lá. Ordem superior. Mano mandou ir no protesto. Se não for, é com eles mesmo”, diz ele.
Suspeitos presos
Raí e Raphael estão presos no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. Lucas Perdomo também chegou a ser preso, mas acabou sendo solto por falta de provas de sua participação no crime. Ao todo, cinco suspeitos estão foragidos. “Eles vão responder pelos dois crimes. Pelo estupro e pela produção e divulgação de imagem de criança e adolescente. Que seja uma pena exemplar para mostrar para a comunidade que existe lei e que a lei quem faz é o Estado”, contou Cristiana Bento.
Do G1 Rio