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Thaty e a filha Esther

Pela segunda vez, em pouco mais de uma semana, Thaty Meireles, moradora do bairro Primavera, em Timóteo, teve que passar pela dor de ver sua filha, Esther, de 2 anos, não ser atendida na UPA – Unidade de Pronto Atendimento – no bairro Olaria, por falta de médico pediatra, segundo contou.

“Absurdo as crianças não serem atendidas na UPA (Olaria) por falta de um pediatra. Minha filha tem 2 anos, está cansada, com o peito carregado, dando febre, dificuldade para respirar. Não posso manda-la  pra creche pois não pode ficar passando mal, e tenho que trabalhar e levar  ela comigo. Como posso medica-la sem atendimento?” desabafou a mãe.

Tathy relatou que na noite desta segunda-feira (6), levou sua filha a UPA. Depois de mais de duas horas esperando para ser atendida, uma funcionária comunicou  às mães que estavam ali aguardando para consulta com pediatra que “poderiam ir embora porque não tinha pediatra”. A mãe disse que, além dela,  outras passaram pela mesma situação e que entrou em contato com o posto hoje pela manhã e a resposta foi a mesma: “não tem pediatra”.

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UPA, do bairro Olaria

Procuramos a UPA do bairro Olaria na tarde desta terça-feira e pedimos um posicionamento da diretora da unidade. Rúbia Ferreira explicou que a situação é decorrente da falta de profissionais na área da pediatria que, segundo ela, atinge não só Timóteo, como todo Vale do Aço. A diretora ressaltou que já houve empenho da administração para resolver a questão,  mas que a solução tem se esbarrado exatamente na carência de médicos para preencherem as vagas disponíveis. “Muitos pediatras estão recusando atuar com a gente (prefeitura) e preferindo trabalhar em consultórios particulares”, disse a diretora. A responsável afirmou que já foi aprovada a contratação de novos pediatras mas “não estão sendo encontrados na região”. Rúbia ressaltou que dos 14 médicos de crianças que a UPA do Olaria deveria ter – 7 para o período do dia e 7 para o período da noite –   apenas oito estão atuando. Ela enumerou os motivos da redução e citou, dentre eles, a aposentadoria de alguns.

Com relação aos dias da semana nos quais “é possível” encontrar atendimento para crianças, a diretora afirmou: na segunda-feira, não tem pediatra;  na terça-feira, tem pediatra durante o dia  e à noite; na quarta-feira, só durante o dia “por enquanto”; na quinta-feira, tem pediatra durante o dia e à noite; na sexta-feira, só durante o dia; no sábado, só durante o dia (de 15 em 15 dias) e,  no domingo,  só  durante a noite.