Por  Claudemir De Nardi *

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Vamos tratar nesta série de dois artigos de um tema de suma importância para a nossa vida. Vamos juntos o discernir, conhecer, andar com Deus. Desejo que esta matéria lhe seja uma bênção.

O homem procura por todos os caminhos receber revelações de Deus para sua vida. No entanto, o véu permanece em seus olhos, impedindo-o de ver o que o Criador quer mostrar-lhe.

Em certas ocasiões, pensamos que não merecemos que Deus nos faça conhecer o sobrenatural. “As cousas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus; porém as reveladas nos pertencem …” (Deut.29.29).

Deus quer revelar os seus desígnios e verdades. Ele deseja transmitir seus segredos aos seus filhos, quer de forma coletiva ou individual. Haja visto o fato de Jesus revelar-se a dois discípulos seus que estavam à caminho de Emaús. O percurso era de aproximadamente doze quilômetros entre Jerusalém e esta aldeia. Andando juntos, tratavam sobre a ressurreição de Jesus. O assunto era espiritual. É verídico que embora tratando de assuntos espirituais, pode-se não ser espiritual, não ter o devido discernimento.

Pode manifestar-se a emoção espiritual em vez da razão espiritual. “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis, qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12.1,2).

Muitos pensam que o estar juntos em corpo significa estar ligados no mesmo espírito. Isto nem sempre é verdade. Há inúmeros relacionamentos, onde somente um lado manifesta espírito fraterno, enquanto o outro manifesta sentimento adverso, às ocultas, mantendo sua máscara padronizada de cristão. Andar juntos, na realidade pode não ser uma manifestação de amor, mas de simples tolerância para manter a imagem.

Você já deve ter experimentado o que é trilhar um caminho com alguém que você sabe que não nutre a menor afeição por você, aquele tipo que diz que “te mastiga, mas não te engole”. Ou é você que nutre tais sentimentos, em relação ao seu “amigo…”?

A falta de amor fraterno é entre outras coisas a causa de nossos olhos continuarem vendados às revelações de Deus. Podemos conversar, demonstrar espiritualidade, enquanto os pensamentos revelam nossa carnalidade. Procuramos comunhão com Cristo, mas nossas atitudes faz com que Ele se torne um desconhecido dentro do nosso coração. Somos impedidos de vê-LO e reconhecê-Lo como Ele realmente é. Isto aconteceu com os caminhantes de Emaús. Estavam alheios à Sua Palavra.

A falta de contato entre o templo de Deus que somos nós e seu habitante que é o Espírito Santo, faz que seja rompido e quebrado o contato entre nós e Jesus Cristo de Nazaré. Devemos ter como objetivo não somente a cruz de Cristo, mas principalmente o Cristo da cruz Jesus continua a dizer: “Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!” (Lc 24.25).

Como discípulos de Jesus será que não estamos também sendo indiferentes e revelando insensatez?

As Escrituras fornecem-nos as instruções necessárias, através dela tudo o que carecemos nos é exposto. Caso não nos sentíssemos importunados com as coisas terrenas; provavelmente seríamos receptivos a devidas instruções. 

 * Claudemir De Nardi é pastor responsável pela Assembleia de Deus do bairro Cariru, em Ipatinga-MG