
Quem ouve o diácono da Assembleia de Deus do bairro Olaria, em Timóteo, Jeferson, pregar, logo vai concluindo que o moço tem uma chamada para o que está fazendo. Eloquente, conhecedor da Bíblia, coerente e de uma homilética quase perfeita, Jeferson, quando prega no bairro Olaria, na congregação onde está membrado, cria uma certa expectativa. Quem gostaria de vê-lo bater no sistema, amarga decepção. Quem gostaria de vê-lo defender o sistema, amarga outra decepção. O que o pregador faz é ser isento e não oportunista em suas mensagens, como muitos que transformam seus sermões em verdadeiros discursos de oposição, aquela feita com o fígado.
Na noite deste domingo, na sede, o diácono foi o pregador oficial do culto, assim entendendo aquele que ocupa a última meia hora da liturgia. Jeferson, em sua mensagem, exortou os fiéis a uma vida de santidade. Ele lembrou o tempo em que os irmãos e irmãs levavam lenço para os cultos “porque sabiam que Deus ia falar com eles”. Atualmente, de acordo com o diácono, esse item foi abolido do cenário, sugerindo que as pessoas não mais choram e sentem Deus falar com elas.
Mas, surpreendentemente, Jeferson, a certa altura de sua pregação, fez uma defesa da sede – Assembleia de Deus do bairro Olaria – com relação à sua imagem na cidade, em especial na comunidade evangélica. Jeferson discordou daqueles que definem a congregação como um local onde a presença de Deus não é mais sentida. “O diabo quer fazer você pensar que Deus não está neste lugar”, disse o pregador, se referindo à Assembleia de Deus do bairro Olaria. Sua fala foi recebida com uma sonora manifestação de glórias a Deus e aleluias, como se fossem um grande aplauso à sua defesa. O pregador insistiu em afirmar que Deus estava ali ( na sede), num eloquente confronto com o estigma segundo o qual o local transformou-se numa “geladeira”. “Deus é neste lugar. Deus é neste lugar. Deus é neste lugar”, bradou o pregador.
Antes de se referir à igreja do bairro Olaria, Jeferson, mais de uma vez, fez questão de dizer que “placa de igreja não salva”, o que deixou sua manifestação a favor da sede como algo insuspeito.
O culto deste domingo, em Olaria, estava daquele tipo que muitos chamam de avivado. Aleluias, glórias a Deus e outras expressões típicas de um ambiente marcado pela presença do Espírito Santo eclodiram deste o início e, a cada hino, estas manifestações se intensificavam.
Após a mensagem, o Pr. Juscelino determinou aos fiéis encerrarem o culto com louvores. Enquanto um deles era executado, um jovem aceitou Jesus como Salvador, chorando. Imediatamente foi abraçado por vários que estavam ali e recebeu a oração de confissão dos pecados.