Por Luciano Gomes *
Andando por um centro comercial de uma cidade de Brasília, observei essa placa de loja bem sugestiva. A placa indica um mercado que está a cada dia mais em alta no meio evangélico. O mercado das campanhas.

Para entrarmos no mérito da questão, vejamos o que define o dicionário sobre esse termo. Campanha: 1 -Batalha, 2- Série de operações, atos ou eventos destinados a atingir determinado objetivo num dado intervalo de tempo. Isso é exatamente o que acontece nas igrejas hoje. Determina-se um objetivo e cria-se um slogan a ser trabalhado. Ideia e criatividade nunca faltaram no mundo evangélico.
Antigamente o único objetivo das campanhas, e elas aconteciam anualmente, era evangelístico. Traçavam-se a estratégia dos cultos, de preferência em algum ginásio ou campo de futebol e a ênfase era a evangelização. Hoje, tudo mudou. O objetivo agora são os benefícios de quem já congrega, até porque uma grande maioria de pessoas pertence a uma denominação e as campanhas servem para marcar o território de uma determinada igreja.
A criatividade é indispensável e quem promove campanhas usa de estratégia de marketing para que os objetivos sejam alcançados em pouco tempo. Por mais que uma campanha possa se estender por várias semanas, é necessário que a mesma cumpra o seu papel e seja um sucesso. E na maioria das vezes se alcança o sucesso. Pelo menos o financeiro é garantido.
Digo sem reservas, que campanha hoje só tem dois objetivos principais: O primeiro é financeiro, o segundo a fidelização do rebanho. Os resultados sãos os mais nefastos, mas hoje, os fins justificam os meios. Não importa os meios usados, mesmo se forem nada ortodoxos. Eu mesmo já ouvi de um pastor que a campanha é hoje o artifício usado para manter a saúde financeira da igreja. Falou quem tem autoridade para isso.
Não entrarei em detalhes, por crer que se for esmiuçar esse tema, com certeza daria dezenas de páginas. Mas esse negócio veio para ficar e a igreja a cada dia se torna refém dessa prática que está devastando o rebanho. Pastores, por receio de perder fiéis para a concorrência, passam horas a fio bolando temas e mais temas para as campanhas e ainda dizem que obtiveram por revelação. A igreja, cega, aceita e entra na batalha. Nomes para as campanhas, eu podia enumerar várias. Mas deixo a critério dos leitores, porque com certeza todos conhecem várias. Podemos generalizar? Claro que não. Mas a igreja que toma essa prática como corriqueira, está criando crentes sem raízes doutrinárias. A grande maioria das campanhas nasce de más interpretações ou de textos isolados da Bíblia, principalmente do Velho Testamento. Aos que participam disso, não precisam ter obediência a Deus. Basta seguir as correntes, levar para casa os objetos (mandingas) que as igrejas compras nas lojas especializadas nesse grande negócio e seguir à risca os rituais que cada campanha determina, para conseguir, em pouco tempo seus objetivos.
Hoje, não fazer campanha é andar na contramão do sistema gospel. E infelizmente, igrejas tradicionais reformadas, estão a cada dia abraçando essa armadilha que transforma o evangelho em fast food. O resultado? Bem, na hora tudo satisfaz. Passa-se um tempo e precisa se alimentar novamente com uma nova campanha para manter o corpo inchado. Aliás, campanha não enche igreja. Provoca inchaço.
Que Deus tenha misericórdia dos pastores que a cada dia deixa de alimentar o rebanho com o verdadeiro alimento espiritual, para dar miojo em doses homeopáticas, criando dependência.
Nos tempos em que pequenas igrejas são grandes negócios. Campanha é um negócio e tanto. Resta saber se Deus assina o contrato de parceria.
* Luciano Santos Gomes
Presbítero da IEAD em Brasília, Professor de EBD.
Luciano foi consagrado a presbítero na Assembleia de Deus do bairro Olaria e atuou com vários obreiros do ministério Adão Araújo. Pouco antes de assumir a superintendência da EBD da congregação do Limoeiro, onde seu pai, Pedro Gomes, é pastor, mudou-se para Brasília.
Realmente Deus cuidará deles. Desse que usam desse negócio para barganhar com Deus. Eu pensei que o irmão iria me refutar na Bíblia. Que pena!
para criticar sempre vai aparecer um. fiquem tranquilos Deus está vendo tudo e cuidará deles
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