
Repetindo o que ocorre em diversas cidades brasileiras, Timóteo, a 200 km da capital mineira, tem visto aumentar a quantidade de templos evangélicos nos últimos anos em seu território.
Nossa reportagem percorreu na tarde desta terça-feira, 23, a Av. Ana Moura, uma das maiores – senão a maior – da cidade de Timóteo, e contamos 20 igrejas instaladas ao longo de extensão. O nome da avenida é uma homenagem à Ana Moura, falecida em 5 de janeiro de 1972, que era “muito devota de Santa Ana”, conforme nos contou um dos seus netos, o senhor Santos Batista, que mora no bairro que tem o mesmo nome da via, outra homenagem à falecida.
A avenida, que corta os bairros Timotinho, Alvorada, Novo Tempo e Ana Moura, tem seis quilômetros de extensão, e é o endereço de 18 igrejas evangélicas e de 2 católicas
A avenida também pode ser considerada um corredor comercial da cidade, concentrando grande número de bares, lanchonetes e outros tipos de comércio. Talvez, até por conta dessa condição, ela tem atraído pastores evangélicos das mais diferentes denominações. A mais recente delas a estabelecer-se no local é a Igreja Senhor Justiça Nossa, liderada pela Pra. Rose, que já existia na Av. Acesita, no bairro São José. Apenas mudou de endereço.
É possível encontrar na Avenida Ana Moura, igrejas como Assembleia de Deus, Batista, Evangelho Quadrangular, Deus é Amor, e outros ministérios pentecostais.
O grande número de denominações ascende discussões como, por exemplo, a fragmentação das igrejas evangélicas e o oportunismo de alguns religiosos.
Lembrando o que disse o pastor Rubens José de Melo Almeida, 46 anos, da Igreja Agnus, em São Paulo: “claro que há casos de oportunismo, mas na maioria das vezes o crente vai escolher o local onde entenda melhor a mensagem do pastor ou se sinta mais à vontade. Considero essa diversidade positiva, pois temos a palavra de Deus sendo dita por muita gente”, disse, ao avaliar o número cada vez maior de igrejas surgindo no seu Estado, São Paulo. A seguir imagens das igrejas, de acordo com a sequência numérica.
Igrejas no bairro Timotinho:




Igrejas em Alvorada:





Igrejas no Novo Tempo:





Igrejas no bairro Ana Moura:






Que Deus esteja sendo engrandecido e que os que dizem seu povo, de fato, venham contribuir para o crescimento do Seu Reino, sem escândalos e outros interesses, que não sejam, unicamente, a pregação do evangelho genuíno.
O crescente número de igrejas evangélicas não causam impacto praticamente nenhum. Visto que não há aumento de pessoas que se convertem e sim a mudança de rebanhos de uma denominação para outra. Olhando as fotos das placas dessas igrejas percebemos o mal gosto nos nomes dados a elas e percebemos nitidamente que esses pastores são oriundos de outros ministérios e por não aceitarem algum tipo de imposição ou doutrina, decidiram abrir um mini$tério próprio. Resumindo: há poucos chamados para serem ovelha. Mas há chamados demais para serem pastores, apóstolos, etc. Percebemos que a quantidade de igrejas aumentou de forma assustadora, mas o impacto espiritual na sociedade é praticamente nulo. Haja vista, na Baixada Fluminense (RJ) , ter a maior concentração de igrejas por metro quadrado e continuar sendo um dos lugares mais violentos do Rio. A razão é simples: o efeito de salgar e iluminar como Jesus disse que tem que ser feito é inócuo. A grande maioria dessas igrejas tem a prosperidade como seu carro chefe. O verdadeiro evangelho passa longe. O fato de ficarem todas no mesmo lugar é estratégia. Isso também acontece com bares e lojas. Quanto ao argumento que é melhor abrir igrejas do que botecos, há de se questionar se isso realmente procede. Porque tanto igrejas como botecos estão mais atrapalhando do que ajudando. Haja vista que a poluição sonora causada por ambos são visíveis. Igrejas que nao tem hora de terminar seus cultos e que causam escândalos tanto quando os botequins de beira de esquina. Fora que vendem um evangelho falsificado tanto quanto vendem cigarros e bebidas nos bares. O Brasil tem mais de 40 milhões de evangélicos. Isso não é razão nenhuma para se comemorar. O país continua sendo um dos mais corruptos do planeta. isso mostra que o efeito desses ditos evangélicos para a sociedade é nada. Em Timóteo é a mesma coisa. Há 30 anos, quando tinha poucas igrejas e as que existiam tinham tradição de séculos, a cidade era muito mais impactada pelo evangelho do que agora com centenas disputando os dízimos e ofertas dos fiéis. Digo com toda a sinceridade e sem medo de errar: igreja hoje é negócio. Um negócio rentável. Duvido, se tivesse somente o amor pelas almas, se teriam tantos lugares sendo alugados para colocarem meia dúzia de pessoas e uma faixa ridícula na porta, muitas vezes com erros crassos de português e dizem anunciar Jesus. Se esses pastores soubessem realmente o verdadeiro significado desse título, não brincariam com algo tão sério. No dia que tivermos mais cristãos e menos evangélicos, tenho certeza que esse número de igrejas cairá pela metade.
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