Pastor ora em frente ao corpo de Patrick Rocha Alves, 19 anos, assassinado na manhã desta quinta feira (Foto: Bernardo Coutinho/A Gazeta)
Um jovem de 14 anos e outro de 19 anos foram assassinados a tiros, em Ulisses Guimarães, na Região da Grande Terra Vermelha, em Vila Velha. Quando a polícia foi buscar o corpo de Patrick Rocha Alves, 19, o pastor Ronaldo Juliano da Assembleia de Deus orou no meio da rua. As mortes acoteceram entre a noite desta quarta-feira (26) e a manhã desta quinta-feira (27). Os jovens foram assassinados por causa da guerra do tráfico de drogas no local, segundo a polícia. A polícia disse que o menor assassinado, Thiago Weltler Teixeira, de 14 anos, tinha envolvimento com drogas. Em retaliação à morte do adolescente, o grupo que ele fazia parte saiu na manhã desta quinta para atacar os rivais, que teriam praticado o crime. Os criminosos, no entanto, acabaram matando o vendedor Patrick Rocha Alves, 19 anos, que, segundo moradores e familiares, nunca teve relação com o tráfico. “Vieram para se vingar e pegaram ele por engano. Dizem que os traficantes chegaram a falar depois que tinham pegado o cara errado”, comentou um deles, que preferiu não se identificar. Thiago foi assassinado na Rua Alegre, em frente a uma escola, por volta das 21 horas. De acordo com a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o crime foi praticado por cinco criminosos, que mataram o menor com seis tiros na cabeça. Os policiais ressaltaram que Thiago tinha passagem pela polícia por porte ilegal de arma. Já Patrick passava de bicicleta na Rua Presidente João Goulart quando foi morto, por volta das 7 horas. Os policiais não tiveram informações de quantos criminosos participaram do assassinato. Eles também não sabem se Patrick tinha envolvimento com drogas. Entretanto, afirmaram que o crime foi em represália à morte de Thiago, e tem relação com a guerra entre traficantes rivais da região.
A família de Patrick acredita que ele foi confundido com outra pessoa. “Eles estavam procurando um outro Patrick”, disse uma tia do vendedor, uma doméstica, 37. O caso será investigado pela Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Vila Velha. Pastor ora ao lado de corpo Minutos antes de o corpo de Patrick ser colocado no rabecão, o pastor Ronaldo Juliano, de 57 anos, da Igreja Assembleia de Deus, do bairro 23 de Maio, que também fica na Grande Terra Vermelha, orou pelo vendedor. Ronaldo contou que conhecia Patrick desde quando ele era criança e brincava com os filhos dele. “Conheço esse menino. Não havia motivo para ele ser assassinado”, declarou. Patrick, que também era morador do bairro 23 de Maio, frequentava a Igreja Presbiteriana e estava a caminho da casa da namorada, 17, com quem estava a cerca de dois meses. “Eu dizia para ele tomar cuidado quando andasse por aqui, porque quem é de outro bairro acaba sendo visto como rival. Ele nunca foi preso, nunca teve envolvimento com droga. Acho que ele foi confundido”, ressaltou um tio do vendedor, um subgerente de supermercado, 35. * Com informações de Ruhani Maia, do jornal A Gazeta.