Sozinha, por volta das 19h15, a caminho do templo da Assembleia de Deus do bairro Olaria, onde congrega, vestida de uma roupa escura, uma senhora caminha em passos lentos, pensativa. Para, olha para os lados, e aceita a preferência que um veículo lhe da em um cruzamento. Os olhos, como os de uma pessoa agradecida, parece dizerem um “muito obrigada” ao motorista, mais consciente do que bonzinho.
Alcançamos aquela mulher, uma das pioneiras da congregação rumo à qual seguia. Ela é Malvina Carlos Santiago, mãe do Marcos, o Marquinho, falecido dia 15 de julho,vítima de um infarto.
Irmã Malvina, de voz mansa e baixa, deixa visível seu abatimento pela perda do filho, um dos sete de sua prole. Cumprimentamos aquela senhora. Alguns segundos de silêncio e ela entra no assunto que a fez e, ainda, faz chorar. A mãe inicia o diálogo demonstrando seu senso de gratidão à nossa reportagem pela cobertura do fato, acrescentando que, por força dela, uma neta sua, na Itália, disse ter ficado por dentro do acontecimento, inclusive podendo ver parte do cortejo que publicamos. Ela não para por ai e prossegue.
“Está sendo muito duro; muito duro, Silas, mas Deus está me consolando”, disse. Ela considera a morte do filho muito prematura. lamentou que Marquinho não tenha chegado aos 70 anos. “A bíblia diz que nossa idade chega a 70 ou 80 anos”, lembrou, se referindo aos Salmos 90:10. “Meu filho não chegou ai”, acrescentou.
De acordo com Malvina, Marquinho estava em início do processo de aposentadoria. “Ele estava muito ocupado. Mesmo assim, não deixava de levar seus filhos à igreja”, revelou.
Lamentando a morte do filho mas dizendo que “Deus sabe o que faz”, irmã Malvina, no templo, chega e ocupa um dos lugares reservados às integrantes do círculo de oração. Antes de entrar, porém, comunicamos que faríamos esta matéria. Ela sorri e disse que podia. Na hora em que o coral é chamado para se apresentar, lá está, entre as irmãs do círculo de oração, Malvina que canta e é flagrada por nossa câmera, produzindo a foto colocada ao lado da do filho e que ilustra esta matéria.
A Força demonstrada pela mãe abatida, uma viúva de comportamento ilibado e de nome preservadíssimo na sociedade, é uma das provas de sua dedicação a Deus, em Quem busca refúgio e conforto e em cujos caminhos ensinou Marquinho as sagradas letras que o fez vencedor e credor de grandes amizades e consideração. O público presente em seu velório atestou seu carisma. Coisa de quem teve uma mãe como Malvina Carlos Santiago.