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“Existe muita carne para pouco sal”, diz o empresário e presbítero Luciano, em artigo onde comenta a situação do Brasil e, em especial, a de Timóteo.

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O empresário e presbítero Luciano, que já residiu em Timóteo, mas que atualmente mora em Brasília-DF, comentou sobre a situação do Brasil e de Timóteo, cidade nos últimos meses marcada por assassinatos e suicídios. O religioso não poupou crítica às igrejas evangélicas instaladas na cidade. Leia.

Mesmo morando em Brasília, Luciano acompanha atentamente a situação de Timóteo, cidade onde já residiu.

 “Nosso país está doente! E isso nos faz refletir sobre algo: Até que ponto, nós como igreja estamos fazendo a diferença nesta geração?  Leia a seguinte pesquisa do portal G1 de 29/06/2012: O número de evangélicos no Brasil aumentou 61,45% em 10 anos, segundo dados do Censo Demográfico divulgado nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2000, cerca de 26,2 milhões se disseram evangélicos, ou 15,4% da população. Em 2010, eles passaram a ser 42,3 milhões, ou 22,2% dos brasileiros. Em 1991, o percentual de evangélicos era de 9% e, em 1980, de 6,6%.

Estes números são para os evangélicos um sinal de vitória! “O Brasil é do Senhor Jesus!”, gritam os mais exaltados nas marchas para Jesus, muitas delas financiadas pelo governo.  Mas na mesma velocidade que os evangélicos estão crescendo, paralelamente a isso, cresceram as desigualdades, a corrupção e a violência. Qual a explicação para isso? Simples. A igreja cresceu em números. Mas o que se prega, está bem longe de ser o verdadeiro cristianismo. Então afirmo com toda a certeza que estamos batendo o recorde de evangélicos, mas a parcela de cristãos continua pequena. No Rio de Janeiro, na Baixada Fluminense, tem a maior concentração de igrejas por metro quadrado e é um lugares mais violentos do estado. Isso corrobora com minha tese. A presença de igrejas por si só não inibe a propagação das mazelas sociais. Mas a igreja como organismo vivo tem o poder de mudar esta situação. Basta fazer a diferença.

Em dezembro do ano passado Hélida foi encontrada morta em Cachoeira do Vale.

 Tomamos o exemplo de Timóteo. Uma grande parcela da população é evangélica. Existem ruas inteiras apenas de igrejas, cheias de gente. Já foi até artigo deste blog. Porque a situação a cada dia piora? Alguém pode responder  dizendo que estamos nos fins dos tempos e que não há nada que se possa fazer. Discordo. Enquanto estivermos aqui temos que fazer a diferença em meio a corrupção. O problema é que temos muitas igrejas (organização) e pouca igreja (organismo). A cada dia se inaugura outra denominação com nomes nada criativos. Fomos chamados para sermos sal e luz deste mundo. E pelo que estamos vendo, existe pouco sal e pouca luz para iluminar o caos que vivemos. A igreja deixou de ser o diferencial para ser apenas mais uma instituição. São muitos evangélicos e poucos cristãos. Se usarmos a analogia do sal, ensinada  por Jesus, vemos que na época, o mesmo era usado para várias coisas. O sal era moeda valiosa a ponto de muitos receberem o produto com salário, de onde vem a palavra com o mesmo nome. Dentre várias propriedades do sal, além de salgar, dar tempero, ele também preservava. Para determinada quantidade de carne, necessitava de uma quantidade de sal para evitar a putrefação. Nos dias de hoje, vemos a podridão se alastrando.

Timóteo, em Minas Gerais.

 A causa disso é simples. Existe muita carne para pouco sal. O verdadeiro sal está pouco. A igreja abandonou o projeto do reino celestial pelo terreno. Tornou-se uma instituição poderosa e tem seus tentáculos em todos os lugares, inclusive na política. Já o sal insípido, este está sobrando e sendo pisado pelos homens. Nunca as igrejas evangélicas brasileiras foram alvo de tantas  críticas como são agora. Não confundamos igreja criticada com igreja perseguida. No Brasil, na maioria das vezes vemos a igreja sendo ridicularizada. É o sal insípido.  Hoje, ser evangélico é estilo de vida. É pop! É moda. Mas ser cristão continua sendo um desafio. Ser cristão é morrer. Poucos estão dispostos a isso. A situação de Timóteo reflete o quanto as igrejas desta cidade estão pecando em sair do foco que é a pregação do evangelho genuíno. Não podemos generalizar. Existem igrejas sérias sim. Mas são poucas para salgarem e  iluminar o caos político e social que a cidade se encontra. O Brasil está todo assim. Mas a mudança começa em casa. Um fato que me chamou atenção é que algumas vítimas da violência na cidade são filhos de crentes. Os presídios estão lotados de filhos de crentes. A igreja está errando. Estão remediando ao invés de prevenir. A prevenção é: ensinamento da verdadeira palavra. A cada dia a igreja abandona a sã doutrina e se envereda pelos caminhos do evangelho experimentalista, do ocultismo e das mais absurdas heresias pregadas e cantadas. O resultado está ai. Cidades enfermas.  Mas ainda há esperança. Basta as igrejas preocuparem menos com templos suntuosos e mais com a pregação do evangelho que liberta. Já temos muitas igrejas padrão FIFA. Precisamos de igrejas com o evangelho padrão BÍBLIA”.

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