O que representou para os evangélicos sua passagem pela Comissão de Direitos Humanos?Eu bati o pé. Representei, como havia prometido, a ideologia cristã. Lutei contra projetos fabricados por deputados da esquerda, que ferem a família tradicional. É isso. Fui eleito por 211.855 eleitores e os representei muito bem.Como agiu logo que foi eleito para o cargo?
Tomei posse (como deputado) no dia 2 de fevereiro de 2011. No dia 3, eu coloquei minha equipe para sondar todos os projetos que feriam a liberdade de expressão da Igreja.
Resultado: eu me tornei, talvez, o maior inimigo dos grupos que militam contra nós, como o LGBT. Mas olha, nem o LGBT me derrubou. Eles são radicais mas não têm maioria nacional.
O senhor disse que foi perseguido pelo movimento. Ainda é?
Sim. O grupo LGBT me persegue em todo lugar que vou.
E no Congresso, o que enfrentou?
Em dois anos e meio eu fui para o enfrentamento contra o aborto.
Eu me juntei à Igreja Católica, por exemplo, e pedi o impeachment do ministro Marco Aurélio Melo em 2012, quando deputados alegaram que o ministro teria emitido juízo de valor em entrevistas, sobre o aborto de fetos anencéfalos e, com isso, supostamente ter antecipado o seu voto em julgamento.
Qual foi a principal consequência do trabalho do senhor?
Foi tudo muito bom para meu partido. No início, quando a indicação para a Comissão caiu no PSC, todo mundo surtou. Sabiam que eu era um guerreiro.
Que não era pacato, que eu não iria à Brasília para fazer jogo de cena. Hoje, vamos ter um candidato à presidência pela minha luta, pela minha firmeza. E ele é o pastor Everaldo (Pereira).
Além disso, dei consciência política ao povo evangélico e fiz a própria Igreja começar a se manifestar mais nesse cenário, como faz o pastor Silas Malafaia.
Se o pastor Everaldo não for ao segundo turno, vai apoiar Marina e Eduardo Campos?
Bom, a única coisa que sei é que vou lutar contra o PT. Afinal, nós não temos oposição. Não temos direita. Precisamos de políticos que realmente defendam sua bandeira.
A Dilma poderia ter sofrido impeachment há dois meses. Ela emprestou R$ 1 bilhão para Cuba e o que sai do cofre publico deve passar pelo Senado.
Isso não aconteceu. Repito, não temos oposição, mas sim quem chuta com os dois pés. E eu também culpo os políticos evangélicos anteriores que estavam lá, mas não lutavam por nossa causa.
O senhor acredita em uma derrota da presidente Dilma Rousseff?
Olha, se o Brasil perder a Copa, talvez seja a única chance de derrubar o governo.
Eu amo o Brasil, amo meu País, mas vou torcer para a Seleção perder. Porque assim o povo vai acordar e perceber os bilhões que foram jogados fora pelo governo do PT.
Gente, não sei como um político pode ter a coragem de apoiar o PT. Eu apoiei em 2010 até porque o (José) Serra estava do outro lado, mas eu era um ignorante político.
E agora?
Estou aprendendo política ainda. Esse é o meu primeiro mandato. Eu leio de dois a três livros por mês, de filosofia, antropologia, e, claro, de política.
E vou continuar no combate a esse progressismo. Ninguém aguenta mais a apelação contra a família, tanto apelo sexual. Professores sofrem com a violência nas escolas. E muito mais.
Então, Feliciano para presidente?
Eu assumo, com humildade, que hoje não tenho capacidade intelectual para assumir o cargo. Mas, como disse, estou estudando muito e aprendo rápido.
Então, vou para reeleição como deputado federal e, talvez, se meu partido entender assim, posso tentar a eleição para presidente em 2018.
Para este ano, o senhor acredita no crescimento da bancada evangélica no Congresso, que hoje tem 73 parlamentares?
Política é um caixinha de surpresa. Mas, com o pé no chão, acredito em um crescimento de 30% só que o meu desejo não é apenas esse. É que a bancada aumente com qualidade, não apenas em quantidade. Tem político evangélico do PT, como Nilton Lima, que não vota com a gente para nada. Neste caso, o partido é mais importante que a religião. |